Nairóbi, 18 mai (RV) – Na África Oriental o tráfico de seres humanos finalizado
ao trabalho forçado ou à exploração sexual continua aumentando. É quanto emerge de
um novo estudo realizado pela Koinonia Advisory Research and Development Service”
(KARDS), uma agência católica de pesquisa para o desenvolvimento da África.
O
estudo – refere a agência africana CISA – examinou dois países: Quênia e Tanzânia,
utilizando informações fornecidas por cerca de 50 organizações não-governamentais,
leigas e confessionais, comprometidas na luta contra o tráfico de seres humanos.
Como
em outros lugares, as principais vítimas dessas novas formas de escravidão são os
menores, sobretudo meninas, e mulheres. Na Tanzânia, os jovens, vítimas do tráfico,
são utilizados nas plantações, mas minas, na pesca e em outras atividades da economia
informal, enquanto as jovens são destinadas às áreas urbanas do Zamzibar, mas também
para alguns países do Oriente Médio e até mesmo para a Europa, onde são utilizadas
em trabalhos domésticos e muitas vezes terminam no giro da prostituição. Muitos homens
adultos, por sua vez, vão para a África do Sul.
Segundo a investigação, no
Quênia as crianças reduzidas à escravidão são destinadas aos trabalhos domésticos
ou são utilizadas como vendedores ambulantes. São ainda levadas para o campo onde
trabalham como pastores. Uma parte é conduzida para outros países africanos, Oriente
Médio, em particular para a Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, mas também
para a Europa e América do Norte. Neste caso muitos são obrigados à prostituição,
sobretudo as meninas.
Mas o Quênia e a Tanzânia são também países de trânsito
para meninas e mulheres provenientes da Ásia e de outros países africanos e destinadas
ao mercado da prostituição na Europa. Uma parte é explorada também no mercado do sexo
local.
A alimentar esse tráfico – explica o relatório – como sempre é a pobreza,
o desemprego, a marginalização, a globalização e a falta de registro anagráfico das
crianças que as torna particularmente vulneráveis. O estudo revela ainda que o fenômeno
é favorecido pela ausência de uma legislação ad hoc nos países interessados. (SP)