Roma, 19 mai (RV) - Realiza-se neste domingo, 24 de maio, o 2º Dia de Oração
pela Igreja na China, proposto por Bento XVI na sua Carta aos católicos chineses em
2007. Na Itália, o evento terá um particular relevo em Nápoles onde o cardeal arcebispo
Crescenzio Sepe celebrará uma Santa Missa na catedral, na presença de centenas de
migrantes católicos chineses.
Entretanto, no dia de ontem, em Macerata, na
Itália, foi recordado o jesuíta padre Matteo Ricci, - natural desta cidade - grande
evangelizador da China, que faleceu em Pequim no ano de 1610.
Sobre a herança
deste “intrépido e inteligente mensageiro do Evangelho de Cristo”, como o definiu
o Papa, eis o que nos disse o especialista do Pime, Pontifício Instituto para as Missões
Exteriores, em questões chinesas, Padre Giancarlo Politi.
R. Matteo Ricci percebeu
com clareza que é preciso falar aos homens de modo tal que possam entender o que dizemos.
Não é somente aprender uma língua, mas tornar-se familiar com um modo de pensar, de
apresentar-se, de viver, que abre depois também à comunicação e à transmissão do mistério.
Creio que seja isso a coisa mais importante, além, é claro, de todas as iniciativas
particulares que Matteo Rici soube realizar naquele momento, mas que hoje não podem
ser duplicadas por termos uma sociedade muito diversa. A sua intuição, portanto, foi
a de entender que é preciso chegar ao coração do homem.
P. Retomando o ensinamento
de Matteo Rici, o papa sublinha que os católicos não são um corpo estranho à China...
R.
Absolutamente não! Eles são de fato cidadãos a pleno título de uma grande nação como
é a China. Houve um momento na história da China no qual se fez a tentativa de tornar
estrangeiro o homem que nasceu na mesma cultura. Talvez – como disse um grande bispo
que ainda vive na China – também por terem sofrido junto com os chineses a fim de
que a nova China nascesse, tornou-se ainda mais verdadeira a pertença dos católicos
a esse povo. Creio que o papa tenha afirmado com muita clareza tudo isso na sua carta
de 2007. (SP)