2009-05-18 17:25:53

JUNTA MILITAR BIRMANESA INICIA NOVO JULGAMENTO DA PRÊMIO NOBEL DA PAZ


Yangún, 18 mai (RV) - Em Mianmar (ex-Birmânia), a Junta Militar que ocupa o poder desde 1962, iniciou nesta segunda-feira, um novo julgamento contra a líder da oposição e prêmio Nobel da Paz-1991, Aung San Suu Kyi, que pode ser condenada a cinco anos de reclusão, por suposta violação das condições de sua prisão domiciliar que expiraria no dia 27 de maio.

O julgamento contra a líder opositora de Mianmar − de 63 anos e saúde frágil − por ter permitido a presença de um cidadão norte-americano em sua casa, realiza-se na penitenciária de Insein, que vetou o acesso de quatro embaixadores europeus.

"O julgamento começou" − revelou à AFP uma fonte do Governo, pedindo o anonimato. A primeira audiência do processo durou cinco horas.

Dezenas de milhares de partidários de Aung San Suu Kyi reuniram-se nas imediações da penitenciária, apesar da forte presença de policiais e das barreiras montadas para bloquear o acesso ao local. Um jovem militante foi detido, segundo a Liga Nacional pela Democracia (LND), o partido político de Suu Kyi.

As medidas de segurança foram consideravelmente reforçadas em toda a cidade e o exército impediu a entrada de representantes da Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália. Uma fonte diplomática que pediu o anonimato, protestou, afirmando que, num "Estado de direito, as audiências judiciais são públicas".

Na última quinta-feira, a prêmio Nobel da Paz foi levada de sua casa, onde estava em prisão domiciliar desde 2003, para Insein, onde foi indiciada pela "estranha invasão de sua casa por um mórmon norte-americano, John Yettaw, que teria chegado a nado à residência, e ali permanecido por dois dias", segundo a versão das autoridades birmanesas.

Suu Kyi protestou inocência, por meio de seu advogado, Kyi Win.

Se for considerada culpada, a prêmio Nobel da Paz pode ser condenada a uma pena de até cinco anos de reclusão. O cidadão norte-americano John Yettaw também pode ser sentenciado a uma pena similar.

Em Bruxelas, o ministro tcheco das Relações Exteriores, Jan Kohout − a República Tcheca detém, atualmente, a presidência da União Europeia (UE) − afirmou que os europeus estão dispostos a endurecer as sanções contra o regime birmanês.

No entanto, algumas horas depois, a comissária europeia das Relaciones Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, manifestou-se contrária a esse tipo de atitudes e defendeu um fortalecimento do diálogo com os países vizinhos de Mianmar, como China ou Índia. (AF)







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