PAPA SE DESPEDE DA TERRA SANTA: "VIM COMO AMIGO DOS ISRAELENSES E DOS PALESTINOS"
Telaviv, 15 mai (RV) - No discurso na cerimônia de despedida no aeroporto Ben
Gurion, de Telaviv, Bento XVI falou dos momentos mais marcantes desta sua peregrinação,
e citou a visita ao memorial do holocausto, Yad Vashem, como um deles.
No memorial,
ele teve a oportunidade de recordar sua visita de três anos atrás, ao campo de extermínio
de Auschwitz, na Polônia, onde "muitos judeus foram brutalmente exterminados, sob
um regime sem Deus, que propagava uma ideologia de antissemitismo e de ódio".
Agradecendo
pela hospitalidade, o pontífice disse que visitou o país seja como amigo dos israelenses
seja como amigo dos palestinos. Os amigos – sublinhou − gostam de estar juntos e se
entristecem profundamente ao ver o sofrimento do outro.
"Nenhum amigo dos
israelenses e dos palestinos pode deixar de se sentir triste, ao ver a contínua tensão
entre os dois povos. Nenhum amigo pode evitar o choro, pelos sofrimentos e pela perda
de vidas humanas que ambos os povos sofreram, nas últimas décadas" – observou o Santo
Padre.
"Chega de derramamento de sangue! Chega de confrontos! Chega de terrorismo!
Chega de guerra!" – foi o derradeiro apelo do papa.
Bento XVI citou o muro
que divide os dois povos como uma das visões mais tristes de sua visita. "Enquanto
o percorria, rezei por um futuro em que os povos da Terra Santa possam viver juntos,
em paz e harmonia, sem a necessidade de instrumentos do gênero, de segurança e separação,
mas se respeitando e confiando um no outro, na renúncia a qualquer forma de violência
e de agressão."
O papa concluiu seu discurso, assegurando suas orações, assim
como a dos católicos de todo o mundo, a fim de que a Terra Santa possa alcançar uma
paz justa e duradoura.
Após o discurso e a saudação das autoridades, Bento
XVI deixou a Terra Santa. Sua chegada a Roma está prevista às 15h50, hora local. (BF)