Presidente da Caritas Internacionalis preside a Peregrinação em Fátima, e pede solidariedade
para ultrapassar a crise
(13/5/2009) Uma mensagem de fé e esperança vai ser deixada pelo Cardeal Óscar Maradiaga,
Presidente da Caritas Internacionalis, aos peregrinos que vão participar na Peregrinação
Internacional Aniversária no Santuário de Fátima. “A solidariedade é o valor necessário
em especial para os nossos tempos”, afirmou o Cardeal aos jornalistas durante uma
conferência de imprensa. Falando da crise económica e financeira, mas também “de
valores e antropológica”, D. Óscar afirmou que só quando “sairmos de nós mesmos e
virmos os outros, podemos pensar em soluções para a crise” que “não se soluciona pela
injecção de capital no sistema financeiro”. Com a actual crise, “estamos conscientes
que só com o diálogo é possível evitar reduzir a globalização ao aspecto económico.
Uma globalização excludente é um mal para a sociedade”, indicou. Questionado pela
ajuda que a igrejas dão no combate à pobreza, D. Óscar indicou que se sente uma quebra
das ofertas. “Mas numa reunião recente, em Roma, uma Caritas europeia dizia que com
a motivação da crise, as ofertas da Caritas aumentaram em 20 milhões de euros”. “A
crise não gera necessariamente uma diminuição da solidariedade”, mas pede uma “redução
das coisas supérfluas para aumentar a caridade”. A caridade é a virtude mais importante,
centrou o Presidente da Caritas Internacionalis. O Cardeal defende o diálogo com
as instituições financeiras para acabar com a divida externa. “Criar uma nova ordem
mundial. Chegar a uma nova hierarquia de valores” que coloquem “a economia para o
homem e não o contrário”. A presidir à Peregrinação, o Cardeal hondurenho reconheceu
que a mensagem de Fátima é “actual, não do passado”, apontou, pedindo um “olhar em
frente com esperança”. “Em 1917, viviam-se anos muito difíceis, em plena guerra
mundial. Havia também muita pobreza e mensagem de Maria foi de esperança”. Questionado
sobre as emergências mais prementes no mundo, D. Óscar Maradiaga apontou as situações
vividas no Sri Lanka, Gaza, Zimbabué, Cuba, Haiti, como “palcos terríveis”, mas também
“em Cuba, devido ao embargo”, onde se assistia a muitas dificuldades para fazer chegar
“medicamentos à população”. A Caritas Internacionalis coordena o trabalho de 164
Caritas. “As Caritas Europa têm mais possibilidades. Elas ajudam aos países mais necessitados
e estão presentes nas emergências”.