PAPA VISITA CAMPO DE REFUGIADOS: CORAGEM E IMAGINAÇÃO PARA ALCANÇAR A PAZ
Belém, 13 mai (RV) - Após visitar o Hospital Caritas Baby, na tarde desta quarta-feira,
o papa seguiu para o campo de refugiados de Aida, onde vivem entre três e quatro milhões
de palestinos.
O encontro com as autoridades políticas e representantes da
ONU ocorreu no campo de basquete de uma escola feminina.
O pontífice assistiu
a uma apresentação de dança do folclore palestino e diante de centenas de pessoas,
manifestou sua solidariedade a todos os palestinos que perduram tudo: parentes, casa
e trabalho.
Assim como no discurso na cerimônia de boas-vindas a Belém, o papa
citou as vítimas do recente conflito de Gaza, afirmando que elas são constantemente
recordadas em suas orações.
O pontífice agradeceu às inúmeras agências da
Igreja que trabalham no local, entre elas, a comunidade franciscana. São Francisco,
aliás, foi citado várias vezes no discurso do Santo Padre, por ser um defensor da
paz:
"Quanto as pessoas deste campo e de toda a região anseiam a paz. Agora,
vocês se encontram em condições precárias e difíceis, com limitadas oportunidades
de emprego" – afirmou, acrescentando que é compreensível o sentimento de frustração,
já que as aspirações a uma pátria permanente, a um Estado Palestino independente,
permanecem incompletas.
Em meio a uma espiral de violência, de ataques e contra-ataques,
de vinganças e de destruições contínuas, é duro constatar que as negociações entre
israelenses e palestinos se encontram em um "ponto morto" – e o muro simboliza essa
inércia.
"Em um mundo em que as fronteiras estão sempre mais abertas, é trágico
ver que ainda hoje são construídos muros. Quanto rezamos ardentemente para que acabem
as hostilidades que causaram sua construção!"
De ambos os lados do muro, afirmou
o pontífice, é necessário grande coragem para superar o medo e a desconfiança. É preciso
magnanimidade para buscar a reconciliação depois de anos de confrontos armados.
Bento
XVI constatou que a ajuda humanitária tem um papel essencial a desempenhar; todavia,
a solução a longo prazo para o conflito só pode ser política, com o apoio da comunidade
internacional, mas com a coragem e a imaginação de israelenses e palestinos.
O
papa conclui seu discurso com alguns trechos da famosa "Oração da Paz" de S. Francisco:
"Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde
houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz". (BF)