Em Israel e Territórios palestinianos Bento XVI passará por alguns dos locais mais
significativos para centenas de milhões de crentes em todo o mundo
(11/5/2009) Bento XVI chegou esta Segunda-feira a Israel; ao longo dos próximos
dias visitará alguns dos locais mais significativos para centenas de milhões de crentes
em todo o mundo, judeus, cristãos e muçulmanos. O ponto alto deste dia 11 de Maio
é a Visita ao Memorial de Yad Vashem, aos Mártires e Heróis do Holocausto, em Jerusalém.
Este é o memorial de Israel para as vítimas do Holocausto nazi. O Yad Vashem convida
os seus visitantes a estudar este capítulo da história e aproximarem-se dos seis milhões
cujo direito básico à vida foi negado pelo facto de serem judeus. Entre os heróis
celebrados no jardim dos "justos entre as nações" encontram-se vários católicos, à
margem da polémica gerada pelas acusações de silêncio dirigidas a Pio XII, o Papa
que guiou a Igreja Católica na II Guerra Mundial. O memorial foi visitado por João
Paulo II a 23 de Março de 2000. Bento XVI irá encontrar-se com seis sobreviventes
do Holocausto. Tal como o Papa polaco, Bento XVI terá ainda um encontro com as
organizações para o diálogo inter-religioso no Auditório de Notre Dame, no Jerusalem
Center. O dia 12 de Maio inicia-se com a visita à Cúpula da Rocha, na Esplanada
das Mesquitas de Jerusalém. Em 638, os muçulmanos conquistaram Jerusalém e construíram
a Cúpula e a mesquita de Al-Aqsa, a maior de Jerusalém. A Cúpula da Rocha recebeu
o seu nome devido à grande rocha actualmente protegida no interior da Mesquita de
Omar. Bento XVI fará uma visita de cortesia ao Grão-Mufti. Um dos pontos altos
da visita acontece junto do Muro das Lamentações, à imagem do que foi a viagem de
João Paulo II em 2000. Este é o único vestígio do antigo templo de Herodes, erigido
por Herodes o Grande no lugar do primitivo Templo de Jerusalém. Foi destruído por
Tito no ano de 70. A Praça do Muro das Lamentações é visitada por milhões de judeus,
que oferecem orações e bilhetes contendo desejos profundos que são inseridos entre
as fendas das pedras. Bento XVI, segundo o Vaticano, irá ele próprio fazer um gesto
semelhante. Nos passos de Jesus Neste mesmo dia, o Papa recitará o
«Regina Caeli» no Cenáculo de Jerusalém, um dos monumentos mais importantes da fé
cristã, a sudoeste da cidade velha, no Monte Sião. Desde os tempos mais antigos, a
tradição diz que aqui se realizou a Última Ceia. No século XV, o local foi transformado
numa mesquita. Actualmente, na parte inferior do edifício venera-se o túmulo do Rei
David e na parte superior, primeiro andar, está a Sala do Cenáculo. Após uma breve
visita à co-Catedral dos Latinos de Jerusalém, Bento XVI preside a uma Missa ao ar
livre no Vale de Cedron entre o Monte das Oliveiras e a Cidade Santa de Jerusalém.
Belém A Quarta-feira, 13 de Maio, é dedicada à cidade de Belém, na
Cisjordânia, na qual nasceu Jesus, segundo os Evangelhos. O Papa presidirá a uma Missa
na Praça da Manjedoura de Belém, 10 quilómetros a sudeste de Jerusalém. O sítio principal
em Belém é a Igreja da Natividade, situada na referida Praça e construída sobre a
gruta onde Jesus nasceu. O Papa fará ainda uma visita privada à Gruta da Natividade.
O Evangelho de Lucas diz-nos que Maria e José não tiveram lugar na hospedaria e se
viram obrigados a procurar refúgio numa gruta transformada em estábulo. No século
IV, Helena, mãe do Imperador Constantino, mandou construir naquele local uma enorme
basílica. Hoje, passados muitos séculos, deste templo resta apenas a estrutura essencial,
isto é: as cinco naves divididas em quatro filas de onze colunas e uma pequena parte
do antigo chão em mosaico, visível sob algumas tábuas de madeira. Bento XVI visita
ainda o "Caritas Baby Hospital" de Belém e o Campo de refugiados de Aida. Em 2000,
João Paulo II visitara o campo de Dheisheh. Nazaré Na Quinta-feira
desta semana, o Papa visita Nazaré, na Galileia. O dia inicia-se com uma Missa no
Monte do Precipício em Nazaré. Segundo os Evangelhos, Jesus foi ali levado para ser
atirado desde o penhasco, após um sermão na sinagoga. A montanha encontra-se perto
de Nazaré e tem vista para o Vale de Jezreel e outras paisagens da Galileia. As ruínas
da Capela da Virgem do Medo encontram-se perto do monte, lembrando o receio que Maria
terá sentido quando a multidão tentou atirar Jesus ao precipício. Bento XVI visitará
ainda a Gruta e a Basílica da Anunciação, construída sobre a gruta onde, segundo os
Evangelhos, Maria recebeu a visita do Anjo Gabriel a anunciar o nascimento de Jesus.
Trata-se do quinto edifício construído neste lugar sagrado. O primeiro, que segundo
a tradição foi mandado construir por Helena, mãe de Constantino, data de 356. Sucessivamente
outras igrejas foram construídas pelos Bizantinos, Cruzados e Franciscanos, cujo santuário
foi destruído em 1955 para deixar lugar à actual Basílica terminada em 1969. No
centro da nave principal abre-se a entrada à cripta onde fica a "Gruta de Nossa Senhora",
no interior da qual uma coluna com a inscrição "Ave-Maria" indica o lugar onde apareceu
o Anjo. Jerusalém O último dia da viagem, a 15 de Maio, volta a Jerusalém,
com um encontro ecuménico na Sala do Trono da Sede do Patriarcado Greco-Ortodoxo de
Jerusalém, que acolheu em 1964 o histórico encontro entre o Papa Paulo VI e o Patriarca
Ecuménico Atenágoras I. O ponto alto de Sexta-feira é a visita ao Santo Sepulcro
de Jerusalém, local onde o corpo de Jesus terá sido colocado após a sua crucifixão.
Na época de Jesus, este local deveria estar além muralhas da cidade, e num sítio
mais alto, porque todos deveriam ver os condenados a penas capitais. Chamava-se Gólgota,
deriva do aramaico «gulgoleth», que significa lugar do crânio. Actualmente o Santo
Sepulcro é subdividido entre seis comunidades religiosas: católica, grego-ortodoxa,
arménia, copta, síria e abissina. No topo do Gólgota, ao qual se pode subir por
meio duma escada, existem hoje duas capelas: uma católica e outra greco-ortodoxa.
Na católica situam-se duas estações da Via-Sacra: "Jesus desnudado e Jesus crucificado".
Na capela greco-ortodoxa está a estação: "Jesus morto na cruz". Na parte inferior
do altar emerge o cume duma rocha: um sinal de prata indica o lugar onde, provavelmente,
foi pregada a cruz. Uma pedra de calcário, com tons rosados, representa para os
latinos, o lugar onde, sobre o corpo de Jesus, depois de retirado da cruz, foi espalhada
"uma composição de mirra e aloés". Através do coro latino, chega-se à edícula,
formada por dois ambientes: a capela do anjo e a câmara mortuária, uma pequeníssima
câmara "ad arcololium", que é também a última estação da via dolorosa. Uma laje de
mármore branco com quase dois metros de comprimento fecha a rocha originária daquele
túmulo. Sobre este estão penduradas 43 lâmpadas de prata: os gregos, latinos e arménios
possuem treze cada e os coptas têm quatro. A estadia em Jerusalém conclui-se com
a visita à Igreja Patriarcal Arménia Apostólica de São Tiago de Jerusalém. A construção
actual é uma alteração do edifício do século XI e é pertença da Igreja arménia-ortodoxa.
O interior, ricamente adornado, conserva pedras relacionadas com os lugares bíblicos:
Sinai, Tabor e Jordão.