2009-05-11 11:59:29

As esperanças, de inumeráveis homens, mulheres e crianças, de um futuro estável e mais seguro depende do êxito das negociações de paz entre israelitas e palestinianos”. Bento XVI á sua chegada Israel


(11/5/2009) Bento XVI chegou esta manhã a Israel sendo recebido pelo presidente israelita, Shimon Peres, e pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
No aeroporto de Telavive, o Papa agradeceu o acolhimento de todos os bispos e católicos, “neste terra onde Pedro recebeu a sua missão”.
Bento XVI fez votos para que “reais progressos de paz e estabilidade” possam ser conseguidos e destacou o papel que as famílias têm enquanto “veículos de paz”.
O Papa começou por se apresentar como peregrino aos lugares santos, para rezar pela paz:

“Tomo o meu lugar na longa fila de peregrinos cristãos vindos a estes lugares, uma fila que remonta aos primeiros séculos da história da Igreja e que – estou certo – prosseguirá no futuro. Venho, como tantos outros antes de mim, para rezar nos lugares santos, para rezar especialmente pela paz – paz aqui na Terra Santa, e paz em todo o mundo”.

O Papa observou que “a Santa Sé e o Estado de Israel partilham muitos valores, antes de mais o empenho em dar à religião o seu legítimo lugar na vida da sociedade”.

“A justa ordem das relações sociais pressupõe e exige o respeito pela liberdade e pela dignidade de cada ser humano, que tanto cristãos, como muçulmanos e judeus crêem igualmente ser criado por um Deus amoroso e destinado à vida eterna”.

“Quando se nega ou marginaliza a dimensão religiosa da pessoa humana, fica em perigo o próprio fundamento de uma correcta compreensão dos direitos humanos inalienáveis. / Tragicamente, o povo Judeu experimentou as terríveis consequências de ideologias que negam a dignidade fundamental de cada pessoa humana”.

Bento XVI referiu expressamente a tragédia do Holocausto, mencionando os seis milhões de vítimas, às quais iria prestar pessoalmente homenagem, já nesta segunda-feira, na visita ao Memorial da Shoah.

“Infelizmente, o anti-semitismo continua a erguer, repugnante, a cabeça. Há que fazer todos os esforços para combater o anti-semitismo onde quer que se manifeste e para promover respeito e estima pelos membros de todos os povos, tribos, línguas e nações, através do globo”.

As três grandes religiões monoteístas têm em comum uma especial veneração por esta Cidade – lembrou o Papa, que exprimiu a “viva esperança de que todos os peregrinos aos lugares santos tenham a possibilidade de a eles aceder livremente e sem restrições, de tomar parte a cerimónias religiosas e de promover a necessária manutenção dos edifícios de culto situados nos lugares sagrados”.

“Embora Jerusalém signifique cidade de paz – prosseguiu Bento XVI – é de toda a evidência que ao longo de décadas a paz tem tragicamente vindo a faltar aos habitantes desta Terra Santa. As esperanças, de inumeráveis homens, mulheres e crianças, de um futuro estável e mais seguro depende do êxito das negociações de paz entre israelitas e palestinianos”.
 
“Em união com todas as pessoas de boa vontade, onde quer que seja, insto todos os responsáveis a explorarem todas as possibilidades na busca de uma solução justa para as dificuldades existentes, de tal modo que ambos os povos possam viver em paz, numa pátria que seja sua, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente”.
 
“Neste aspecto, espero, rezo e peço que se estabeleça sem mais tardar um clima de maior confiança, que permita às partes realizar reais progressos no caminho da paz e da estabilidade”.

A concluir, o Papa saudou especialmente os fiéis e bispos católicos, exprimindo a sua alegria por esta visita pastoral. Bento XVI aludiu ao encerramento que fará do Ano da Família precisamente na visita a Nazareth, e confiou às comunidades cristãs da Terra Santa uma missão:
 
“Através do vosso testemunho fiel Àquele que pregou o perdão e a reconciliação, através do vosso empenho em defender a sacralidade de cada vida humana, podereis fornecer um contributo particular para que cessem as hostilidades que desde há tanto tempo afligem esta terra. Rezo para que a continuidade da vossa presença em Israel e nos Territórios Palestinianos produza muitos frutos na promoção da paz e do respeito mútuo entre todos os povos que vivem nas terras da Bíblia”.
Shimon Peres acolhera o Papa com palavras em latim. No discurso de boas vindas, o Presidente israelita afirmou que a missão de Bento XVI na Terra Santa "é uma missão espiritual da maior importância: uma missão de paz”, querendo semear “a tolerância e erradicar a intolerância do Estado hebraico”.
"Eu respeito a sua posição e sua acção para pôr fim à violência e ao ódio do mundo e estou confiante de que o diálogo entre o Judaísmo e o Cristianismo continuará no espírito dos profetas", afirmou ainda o Presidente israelita.








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