PAPA NO MONTE NEBO: "IGREJA UNIDA DE MODO INSEPARÁVEL AO POVO JUDEU"
Amã, 09 mai (RV) - Segundo dia da viagem de Bento XVI à Terra Santa. O papa
se encontra desde ontem na capital da Jordânia, Amã.
O programa deste sábado
é intenso: às 7h15 (hora local), o papa celebrou a santa missa, de forma privada,
na capela da Nunciatura Apostólica em Amã, onde se encontra hospedado. Duas horas
depois, visitou a antiga Basílica do Memorial de Moisés, no Monte Nebo.
Em
seu discurso, Bento XVI afirmou que é justo que sua peregrinação tenha início sobre
esta montanha, de onde Moisés contemplou de longe a Terra Prometida.
"No alto
do Monte Nebo, a recordação de Moisés nos convida a "elevar o olhar" para abraçar,
com gratidão, não somente as obras maravilhosas de Deus no passado, mas também olhar
com fé e esperança para o futuro que Ele reservou para nós e para o mundo inteiro."
Falando
da peregrinação aos Lugares Santos, Bento XVI afirmou que essa antiga tradição recorda
o inseparável vínculo que une a Igreja ao povo judeu.
"Desde o início, a Igreja
nestas terras comemorou, na própria liturgia, as grandes figuras do Antigo Testamento,
como sinal de seu profundo apreço pela unidade dos dois Testamentos. Possa este nosso
encontro de hoje inspirar em nós um amor renovado pelo cânone da Sagrada Escritura,
e o desejo de superar todos os obstáculos que se contrapõem à reconciliação entre
cristãos e judeus, no respeito recíproco e na cooperação a serviço daquela paz à qual
a palavra de Deus nos chama" – disse.
Do Monte Nebo, o pontífice se dirigiu
à cidade de Madaba, onde abençoou a pedra fundamental da Universidade do Patriarcado
Latino.
Ao saudar os presentes, Bento XVI elogiou a política do reino da Jordânia,
de privilegiar a educação – missão que envolve em primeira pessoa a Rainha Rania,
"cuja dedicação é motivo de inspiração para muitos" – disse o papa.
Falando
das Universidades, o Santo Padre recordou que sua missão não é somente transmitir
conhecimento, mas promover nos estudantes o amor pela verdade, para fazer da Universidade
um local de compreensão e de diálogo. Todavia, nessa busca da verdade, a religião
− assim como a ciência, a tecnologia e a filosofia − pode corromper-se.
"A
religião é desfigurada, quando é obrigada a servir a ignorância e o preconceito, o
desprezo, a violência e o abuso." Quando isso acontece − explicou o pontífice − não
vemos somente a perversão da religião, mas também a corrupção da liberdade humana.
"Sem dúvida, quando promovemos a educação, proclamamos a nossa confiança no dom da
liberdade" – concluiu o Santo Padre. (BF)