2009-05-09 20:26:58

PAPA A JORNALISTAS NO VÔO PARA AMÃ: A IGREJA É UMA FORÇA ESPIRITUAL A SERVIÇO DA PAZ


Cidade do Vaticano, 09 mai (RV) - Paz no Oriente Médio, diálogo inter-religioso, presença dos cristãos na Terra Santa: foram esses alguns dos temas abordados por Bento XVI, durante a coletiva concedida à imprensa, a bordo do avião que o levou a Amã, capital da Jordânia, nesta sexta-feira.

O Santo Padre indicou aos jornalistas as três dimensões mediante as quais a Igreja pode dar sua contribuição para o difícil processo de paz no Oriente Médio. Em primeiro lugar, a oração: uma força através da qual Deus pode agir na história. O pontífice ressaltou que "milhões de fiéis em oração são uma contribuição para o processo de paz".

"A Igreja é também chamada a formar as consciências, a ajudá-las a perceber a verdade, e a libertá-las dos interesses particulares que se contrapõem à paz. A Igreja, que não é uma força política, fala à razão e, à luz da fé, apóia as posições realmente racionais" – ponderou o papa.

"Certamente, procuro contribuir para a paz não como indivíduo, mas em nome da Igreja Católica. Nós não somos um poder político, mas uma força espiritual, e essa força espiritual é uma realidade que pode contribuir para o progresso no processo de paz."

Judeus e cristãos têm a mesma raiz – ressaltou o Santo Padre aos jornalistas – mas dois mil anos de história distinta levaram, inevitavelmente, a equívocos: foram formadas tradições diferentes de pensamento e cosmos semânticos diferentes, tanto que a mesma palavra nas duas culturas tem hoje significados diferentes.

"Devemos fazer de tudo para que cada um aprenda a linguagem do outro. Hoje, temos a possibilidade que os jovens, os futuros professores de teologia, possam estudar em Jerusalém, na Universidade judaica, e os judeus têm contatos acadêmicos conosco."

O pontífice explicou ainda, que está prevista, nesta peregrinação à Terra Santa, uma mensagem comum dirigida às três religiões que evocam o Patriarca Abraão, ressaltando a importância do diálogo trilateral entre cristãos, muçulmanos e judeus.

"O diálogo trilateral deve seguir adiante, é importantíssimo para a paz e também – digamos – para viver bem a própria religião."

Por fim, o Santo Padre dirigiu seu pensamento aos cristãos no Oriente Médio, encorajando-os a não deixarem a Terra Santa, lugar de origem do Cristianismo. Porque os cristãos "são um componente importante da vida dessas regiões". "Espero, realmente, que os cristãos possam encontrar a coragem, a humildade e a paciência de permanecer nesses países, de oferecer sua contribuição para o futuro desses países."

Bento XVI constatou que a presença cristã é de grande importância também porque oferece assistência humanitária, hospitais e formação à população. A esse propósito, o pontífice citou a futura Universidade Católica na Jordânia: lugar em que jovens árabes e cristãos poderão encontrar-se, e centro de formação para a promoção da paz. (RL)







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