MAUS EXEMPLOS NÃO INVALIDAM VALOR DO CELIBATO SACERDOTAL, AFIRMA BISPO ARGENTINO
Buenos Aires, 08 mai (RV) - O bispo de Posadas, Argentina, Dom Juan Rubén Martínez,
explicou que não se pode reduzir o celibato a uma "mera imposição da Igreja", e precisou
que "os maus exemplos e até nossas próprias limitações não invalidam a contribuição
de tantos que antes e atualmente dão sua vida pelos demais".
Dom Martínez precisou
que "a partir de uma visão materialista que "só" compreende o homem do ponto de vista
fisiológico e instintivo, dificilmente é possível entender esses valores como um "dom
de Deus", como um presente e instrumento de serviço à humanidade e ao bem comum".
E reconheceu que "partindo de uma antropologia materialista, é obvio que o matrimônio
monogâmico e o celibato sejam considerados como algo contrário à natureza".
O
prelado advertiu, entretanto, que "reduzir o celibato a uma mera imposição da Igreja
é, de fato, uma falta de respeito à inteligência e ao próprio Cristo "sumo e eterno
sacerdote" e "celibatário", que "deu sua vida por todos nós". É uma falta de respeito
também aos textos bíblicos que valorizam profundamente o celibato e a castidade, e
ainda, aos Padres da Igreja, doutores e pastores do início do Cristianismo até os
nossos dias.
"Unir o celibato e o sacerdócio ministerial é uma opção por uma
maior radicalidade evangélica, feita pela Igreja em sua potestade e respaldada pela
Palavra de Deus e pelo testemunho dos santos e de tantos homens e mulheres que, ao
longo da história, a partir desse dom e mesmo a partir de suas fragilidades, trataram
e tratam de doar-se total e exclusivamente a Deus e a seu povo. Os maus exemplos e
até nossas próprias limitações não invalidam a contribuição de tantos que antes e
atualmente dão sua vida pelos demais" − disse Dom Martínez.
É necessário "ter
uma experiência de encontro com Cristo ressuscitado, para poder entender que nossa
vida está repleta de sentido". É possível que essa expressão nos sirva para entender
que somente a partir da fé, podemos ter uma compreensão profunda de temas como a vida,
a família e o matrimônio, a Igreja e sua missão, o sacerdócio e o celibato" − sublinhou
o bispo. (AF)