"L'OSSERVATORE ROMANO" PUBLICA EDITORIAIS SOBRE O FILME "ANJOS E DEMÔNIOS"
Cidade do Vaticano, 08 mai (RV) - O sucesso de livros e filmes como "O Código
Da Vinci" e "Anjos e Demônios" deveria fazer a Igreja Católica repensar a maneira
como emprega a mídia para se apresentar: foi o que afirmou, nos dias passados, o jornal
vaticano "L'Osservatore Romano".
Em dois editoriais sobre o filme "Anjos e
Demônios", que começou a ser exibido em Roma na segunda-feira passada, o Vaticano
pôs fim ao silêncio institucional oficial em relação ao filme. Os editoriais não criticam
nem elogiam o filme, mas oferecem um misto de comentários positivos e negativos.
Um
dos editoriais tacha o filme de "efêmero", mas também admite que ele "prende a atenção",
e diz que o trabalho de câmera foi "esplêndido". Diz que o filme é "pretensioso",
mas que a direção de Ron Howard é "dinâmica e atraente".
O editorial intitulado
"O segredo de seu sucesso" diz que a Igreja deveria se perguntar por que uma visão
"simplista e parcial" dela mesma, conforme a mostrada nas obras de Dan Brown, encontra
tanto eco, mesmo entre católicos.
"Seria provavelmente um exagero considerar
os livros de Dan Brown um sinal de alarme, mas talvez eles devam ser um estímulo para
que se repense e renove a maneira como a Igreja emprega a mídia, para explicar suas
posições sobre as questões mais candentes do momento" − diz o editorial.
Em
"Anjos e Demônios", o simbologista Robert Langdon retorna à tela dos cinemas, para
"tentar ajudar o Vaticano a resgatar cardeais sequestrados que estão sendo assassinados
de hora em hora". Para desativar uma bomba-relógio, ele tem que encontrar e decifrar
pistas ligadas a uma sociedade secreta secular chamada "Illuminati".
Diferentemente
do que fez em relação ao "O Código Da Vinci", o Vaticano manteve silêncio oficial
antes do lançamento de "Anjos e Demônios", talvez porque sua condenação do "Código
Da Vinci" tenha proporcionado ao filme uma incalculável de publicidade gratuita, que
acabou por favorecer suas bilheterias.
"O Código Da Vinci" desagradou o Vaticano
e alguns católicos, devido à sua trama, segundo a qual Jesus teria se casado com Maria
Madalena e tido filhos, dando origem a descendentes cuja existência a Igreja teria
mantido em segredo durante séculos.
Ron Howard acusou o Vaticano de tentar
colocar obstáculos às filmagens de "Anjos e Demônios" em Roma: "foi preciso recriar
cenas do Vaticano e de algumas igrejas de Roma em Los Angeles" − disse ele. (AF)