CRESCE EXPECTATIVA DOS CATÓLICOS NA TERRA SANTA PELA CHEGADA DE BENTO XVI
Jerusalém, 05 mai (RV) - O núncio apostólico em Israel e delegado apostólico
em Jerusalém e Palestina, Dom Antonio Franco, o patriarca latino de Jerusalém, Dom
Fouad Twal, o vigário patriarcal latino para Israel, Dom Giacinto Marcuzzo, e o custódio
da Terra Santa, Fr. Pierbattista Pizzaballa, concederam uma coletiva de imprensa,
durante a qual ilustraram os últimos preparativos para a visita apostólica de Bento
XVI à Terra Santa, que se realizará de 8 a 15 do corrente. Sobre a expectativa da
comunidade católica para a chegada do Santo Padre à Terra Santa, na próxima sexta-feira,
a Rádio Vaticano ouviu o testemunho do patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal.
Eis o que disse:
Dom Fouad Twal:- "Nós o aguardamos com alegria, com
esperança e entusiasmo: vemos nele um sinal da Providência, que vem rezar conosco,
por todos nós, pela paz, por todos os habitantes da Terra Santa. É um pai que começará
a encorajar os fiéis na Jordânia, e depois continuará. Devemos ter um coração grande,
não nos limitarmos às pequenas coisas, às mesquinharias. Pelo contrário, o belo gesto
do pontífice deve ser retribuído com um belo gesto da nossa parte, mediante a hospitalidade,
acolhimento e coragem."
P. No Regina Coeli de domingo
passado o papa disse que fará essa visita apostólica como peregrino, para encorajar
os cristãos da Terra Santa, que diariamente devem afrontar muitas dificuldades. Quais
são essas dificuldades? O senhor falou de "calvário da comunidade cristã" local...
Dom
Fouad Twal:- "Basta ir daqui a Belém, a Nazaré, para ver esse calvário: todas
as barreiras policiais que existem, o muro diante do qual nos deparamos... Não podemos
chegar até o aeroporto, temos problemas de vistos que não saem nunca, o problema da
reunificação das famílias cristãs entre Jerusalém Leste e Ramallah. E mais ainda:
a destruição das casas, sua demolição. Esse é o calvário de uma Igreja, porém não
devemos nos esquecer que o calvário foi seguido de uma ressurreição. Nós esperamos
a ressurreição e jamais nos detemos no calvário."
P. A comunidade cristã
sofre com o lento, mas contínuo êxodo dos cristãos que deixam a Terra Santa?
Dom
Fouad Twal:- "É claro que sofremos todos. Somente em Jerusalém, temos apenas 10
mil cristãos – entre católicos, ortodoxos e protestantes – diante de uma comunidade
muçulmana de 250 mil pessoas e uma comunidade de 550 mil israelenses. Fazemos o possível
para frear e limitar o máximo possível essa emigração. Porém, cabe aos próprios cristãos
entender que a sua presença aqui é uma missão; que devem aceitar os obstáculos e não
abandonar este lugar diante dos problemas. É aqui que se encontra a Terra Santa, que
se encontram as nossas raízes." (RL)