2009-05-04 18:21:13

ONU apela a Israel a pôr termo á demolição de casas árabes em Jerusalém


(4/5/2009) Falando no risco de desalojamento em que incorrem 60 mil pessoas, as Nações Unidas apelaram a Israel para pôr termo à demolição de casas árabes em Jerusalém, epicentro do velho conflito no Médio Oriente.
Tecnicamente, é incontornável a circunstância de um terço das casas construídas por palestinianos na zona oriental são clandestinas, mas a verdade é que a cidade, santa para as três religiões monoteístas ramificadas de Abraão, é um perene pomo de discórdia entre israelitas e palestinianos (é, formalmente, a capital do Estado judaico, e já Yasser Arafat sempre se lhe referia como à "capital eterna da Palestina"). E é nesse contexto que deve ser entendida a circunstância de os palestinianos apenas serem autorizados a construir em 13% da zona oriental da cidade, que já rebenta pelas costuras.
Mas o problema premente é de natureza humanitária. De acordo com um relatório do gabinete da ONU para a coordenação dos assuntos humanitários, a 1500 ordens de demolição já emitidas pelo município representarão, se executadas, a perda imediata de casa para nove mil pessoas, mas a perspectiva é bem mais gravosa, se atendermos à quantidade de habitações feitas sem licença e à circunstância de o presidente da câmara, Nir Barkat, ter falado já várias vezes na necessidade de pôr cobro a uma "crise de planeamento".
Nos últimos 42 anos, desde que Israel ocupou Jerusalém oriental, foram ali demolidas cerca de duas mil, sendo que 670 foram abaixo no período entre 2000 e 2008. Segundo os responsáveis das Nações Unidas, a política israelita relativa à construção em Jerusalém implica, no que respeita a alojamento para palestinianos, um défice anual de 1100 fogos. Nesse sentido, instam Israel a "congelar as demolições" e a desenvolver "um planeamento urbano adequado para combater a crise de alojamento em Jerusalém oriental, no quadro das obrigações enquanto potência ocupante".








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