2009-04-27 12:20:34

ARCEBISPO GUATEMALTECO: "CONHECER A VERDADE PARA PERDOAR"


Guatemala, 26 abr (RV) – O cardeal-arcebispo de Cidade da Guatemala, Dom Rodolfo Quezada Toruño, declarou neste domingo, que 11 anos após o brutal assassinato do bispo Dom Juan Gerardi Conedera, as feridas permanecem abertas na Igreja e na alma do povo católico guatemalteco.

Na celebração eucarística na Catedral Metropolitana, o purpurado recordou que Dom Gerardi foi um "renomado promotor da paz e dos direitos humanos e um pastor exemplar, dos mais pobres e necessitados; e que seus algozes não estão em paz".

O bispo auxiliar de Cidade da Guatemala foi assassinado em 26 de abril de 1998 na garagem da Igreja de São Sebastião, onde vivia.

Segundo o Cardeal Toruño, "o processo para determinar os responsáveis pelo crime se caracterizou mais pelo entorpecimento das investigações do que pelo desejo de se chegar à verdade".

"A Igreja católica precisa conhecer a verdade, para pode conceder o perdão. Que o saibam os autores intelectuais do crime e aqueles que trabalham para confundir a opinião pública" – disse ainda, lembrando que a busca da Justiça não é um ato de revanche ou de vingança.

A missa celebrada neste domingo concluiu as atividades organizadas pelo Arcebispado, em memória do bispo auxiliar de Cidade da Guatemala.

Dom Gerardi foi morto dois dias depois de apresentar, na Catedral, seu relatório sobre o projeto REMHI (Recuperação da Memória Histórica) intitulado "Guatemala, Nunca Mais". O documento contém provas de mais de 54 mil violações de direitos humanos no conflito armado que durou de 1960 a 1996. A maioria dos crimes foi cometida pelo Exército.

Após um longo processo, em 7 de junho de 2001, foi confirmada a sentença de 20 anos de prisão contra o coronel Byron Disrael Lima, seu filho, capitão Byron Lima e o sacerdote Mario Orantes, co-autores do crime. Outro militar implicado no fato, Obdulio Villanueva, foi assassinado e decapitado em 12 de fevereiro de 2003, durante um motim na prisão onde se encontrava detido.

O diretor do Escritório de Direitos Humanos do Arcebispado, Nery Rodenas, explicou à imprensa, neste domingo, que permanece aberta a investigação contra outros 13 militares que presumivelmente participaram do assassinato. (CM)







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