2009-04-21 17:55:37

CARTA DO PAPA AO ABADE PRIMAZ DOS BENEDITINOS, NA CONCLUSÃO DO ANO DEDICADO A SANTO ANSELMO


Cidade do Vaticano, 21 abr (RV) - A Diocese de Aosta, norte da Itália, está recordando, com uma semana de celebrações e iniciativas culturais, no âmbito do especial Ano dedicado a Santo Anselmo, o nono centenário de morte do santo – nascido em 1033, em Aosta – monge beneditino de Bec, na França, e depois arcebispo de Cantuária, na Inglaterra.

A solene concelebração eucarística por ocasião da festa do santo, hoje celebrada, é presidida, esta tarde, pelo enviado especial do Santo Padre, o arcebispo emérito de Bolonha, Cardeal Giacomo Biffi.

Para a ocasião, Bento XVI enviou uma carta ao abade primaz dos Beneditinos Confederados, Don Notker Wolf. Na carta, o papa convida a fazer resplandecer "o tesouro de sabedoria" de Santo Anselmo "a fim de que os homens, sobretudo os europeus", possam aproximar-se do grande bispo e doutor da Igreja.

Embora arcebispo, Santo Anselmo quis ser, em primeiro lugar, monge beneditino, consciente da importância da vida monástica – recorda o pontífice. Na Epistulam de Incarnatione Verbi define a si mesmo simplesmente como Frei Anselmo – pecador no que se refere à vida, e monge no hábito.

Escrevendo a um jovem monge, Santo Anselmo recorda que, em primeiro lugar, se deve amar o propósito, o desejo de ser monge – recorda o papa. A importância dada por Santo Anselmo à Lectio Divina, cerne da vida beneditina, é evidente em seu livro "Prologus orationum sive meditationum", escrito pelo Santo com o objetivo de impelir os leitores "ao amor ou ao temor de Deus".

Retomando as palavras de Santo Anselmo, o papa recorda que a Palavra de Deus "não deve ser lida em meio ao barulho, mas no silêncio; e nem às pressas, mas pouco a pouco e com intensa meditação".

Em seus escritos – afirma Bento XVI – não há nenhuma separação entre erudição e devoção, entre teologia e mística, quando busca compreender os mistérios da fé.

Sua obra mais conhecida, intitulada Proslogion, é – como as Confissões de Santo Agostinho – ao mesmo tempo, oração e desejo de contemplar o rosto de Deus. Referindo-se a outra obra, "Cur Deus homo", o pontífice recorda que segundo Santo Anselmo a razão chega a contemplar a beleza da verdade na busca mais alta da fé: "Se não acreditas, não compreendes"; quanto mais se recorre ao intelecto – escreve Santo Anselmo – mais se aproxima daquilo que todos os homens anseiam.

Considerando o magistério desse doutor da Igreja – lê-se na carta de Bento XVI – o Colégio Santo Anselmo, fundado pelo Papa Leão XIII para formar os jovens do mundo inteiro, conserva e promove aqueles ensinamentos imprescindíveis para a vida monástica.

Esse Colégio – escreve por fim o pontífice – tornou-se um instituto acadêmico internacional que oferece uma formação filosófica, teológica e litúrgica conjugando, como fez Santo Anselmo, a fé com o conhecimento da fé, graças ao intelecto. (RL)







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