2009-04-16 16:16:00

BULA DO PERDÃO CELESTINO ENCONTRADA EM IGREJA DE L'AQUILA


Cidade do Vaticano, 16 abr (RV) - Bombeiros e funcionários da Prefeitura de L'Aquila encontraram, nesta quarta-feira, a Bula do Perdão Celestino (Perdonanza Celestiniana) – um dos mais preciosos tesouros de L'Aquila – publicada em 1294, pelo Papa Celestino V, único na história da Igreja a ter renunciado ao pontificado.

Conservada na torre do Palácio Margherita, praticamente destruído pelo terremoto de 6 de abril, o documento foi entregue ao Prefeito Massimo Cialente e levado para um local seguro da cidade, a capital da região italiana de Abruzzo, atingida pelo terremoto que matou 294 pessoas e feriu outras milhares.

A vocação ascética de Pietro Angeleri, de origem camponesa, o levou a viver, durante muitos anos, numa gruta do Monte Morone, na cadeia dos Apeninos. Não se sabe quais foram as razões que levaram o Sacro Colégio dos Cardeais a eleger como papa um eremita − completamente inexperiente e totalmente estranho aos problemas da Santa Sé – como pontífice, após a morte de Nicolau IV. Fato é que Pietro Angeleri foi eleito pontífice romano no dia 5 de julho de 1294, dois anos após a morte do Papa Nicolau IV. Em 29 de agosto de 1294, na Basílica de Santa Maria de Collemaggio, foi coroado papa, assumindo o nome de Celestino V.

Um de seus primeiros atos como papa foi a emissão da Bula do Perdão, que concedia indulgência plenária a todos os fiéis que − depois de terem confessado e pedido perdão por seus pecados − atravessassem a Porta Santa da Basílica de Santa Maria de Collemaggio, em L'Aquila, desde as vésperas de 28 de agosto até o pôr-do-sol do dia 29. Foi assim instituído o Perdão Celestino (Perdonanza Celestiniana) que vigora ainda hoje.

O novo pontífice marchou para Roma, mas cerca de quatro meses depois de ter sido eleito, cansado da pompa e das intrigas do cargo, renunciou ao pontificado e retornou a L'Aquila, tendo sido sepultado, quando morreu, aos 87 anos de idade, em 19 de maio de 1296, na mesma basílica de Santa Maria de Collemaggio.

Embora o terremoto tenha derrubado a torre da igreja onde ficava o túmulo com a urna contendo os restos mortais de Celestino V, ela não sofreu nenhum dano e foi recuperada intacta. A urna com as cinzas de Celestino V, que foi canonizado em 1303, já havia resistido a outro terremoto, em 1703. (AF)







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