DIREITOS DE CUBANOS NÃO PODEM SER RESPOSTA AOS ESTADOS UNIDOS
Havana, 15 abr (RV) – O presidente do Movimento Cristão de Libertação (MCL),
Oswaldo Payá, pediu à comunidade internacional não esquecer-se dos direitos fundamentais
dos cubanos. Os cidadãos não podem sair do país sem autorização expressa do governo.
Ele
considera que o governo de Havana deve esses direitos ao povo. E isso não pode somente
ser uma resposta aos gestos feitos pelos Estados Unidos.
Assim se referiu à
medida anunciada pela Casa Branca de suspender todas as restrições de viagem a Cuba
e permitir o envio de dinheiro à ilha. Além disso, foi apresentado um conjunto de
medidas para facilitar as comunicações entre os dois lados do estreito da Flórida.
Depois
de todas as reações positivas dadas pela comunidade internacional, o dissidente lamentou
a "hipocrisia que há no mundo" com respeito a Cuba. "Dá-se muita importância a esta
decisão", mas "esquecem-se do mal maior, que os cubanos não podem entrar e sair livremente
da ilha", afirmou Payá.
Ele recordou que o cubano é um "povo dividido fisicamente"
e vive "dependente das ajudas" que as famílias emigradas mandam. Payá denunciou que
o governo dos Castros "explora esse sentimento familiar e humanitário dos que estão
fora". Ele acrescentou que os cubanos que não contam com essa ajuda "vivem na pobreza".
O
líder opositor falou que o regime cubano deve direitos ao povo, que não podem ser
condicionados às medidas estabelecidas pelos Estados Unidos, mas por se tratarem de
"seres humanos".
Payá considerou que a medida anunciada por Washington é um
passo positivo. Porém, opinou que o embargo sobre a ilha, mantido há mais de 40 anos,
"tem de ser completamente suspenso, pois não é a solução". Ele lembrou, contudo, que
o maior dano sofrido pelos cubanos continua sendo "a falta de direitos". (TM)