EXULTANTE, A IGREJA CELEBRA, ATÉ O PRÓXIMO DOMINGO, A OITAVA DA PÁSCOA
Cidade do Vaticano, 14 abr (RV) - Nestes dias, o grito de alegria continuará
a ressoar com força: "Cristo ressuscitou!" Um grito que o papa – em nome da Igreja
presente no mundo inteiro – repetiu nos dias dedicados à paixão, morte e ressurreição
de Jesus, eventos centrais da nossa fé.
Na missa do Crisma – também chamada
missa dos santos óleos – o papa explicou o significado da consagração: é uma passagem
de propriedade, um pertencer a Deus para ser de todos. Nietzsche exaltava a liberdade
absoluta do homem, ridicularizando a humildade e a obediência.
Amar, ao invés
– explicou o papa – significa perder a si mesmo para reencontrar-se em Cristo:
"O
unir-se a Cristo supõe a renúncia. Comporta que não queremos impor o nosso caminho
e a nossa vontade; que não desejamos nos tornar isso ou aquilo, mas nos abandonamos
a Ele, onde quer que seja e do modo como Ele quiser servir-se de nós. 'Vivo, mas não
sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim'."
Na missa da Última Ceia, Jesus
mostra o que significa amar até o fim:
"Ele distribui a si mesmo, o verdadeiro
'pão para a vida do mundo' (cfr Jo 6, 51). O alimento do qual o homem tem necessidade,
no mais profundo do seu ser, é a comunhão com o próprio Deus. Agradecendo e abençoando,
Jesus transforma o pão, não dá mais pão terreno, mas a comunhão consigo mesmo. Porém,
essa transformação quer ser o início da transformação do mundo. A fim de que se torne
um mundo de ressurreição, um mundo de Deus."
Com a Via-Sacra revive-se
o episódio trágico de um Homem único na história de todos os tempos, que mudou o mundo
não matando os outros, mas se deixando matar pregado numa cruz, perdoando os seus
algozes. É por nosso amor que Cristo morre na Cruz!
"O que o homem seria sem
Cristo? Observa Santo Agostinho: 'Tu ti encontrarias sempre num estado de miséria,
se Ele não tivesse usado misericórdia. Não terias voltado a viver, se Ele não tivesse
partilhado a tua morte. Tu naufragarias se Ele não tivesse vindo socorrer-te. Tu terias
te perdido, se Ele não tivesse chegado' (Discurso 185, 1). Por que, então, não
acolhê-Lo em nossa vida?"
Jesus ressurge: a partir desse evento a luz de Deus
entra nas noites da história e se difunde no mundo: a Igreja é salva pelo amor, mas,
todavia, continua nas águas da morte e do ódio e se mostra prestes a afundar:
"Não
é essa, por acaso, realmente a situação da Igreja de todos os tempos? Tem-se sempre
a impressão de que ela está para afundar, e sempre já está salva. São Paulo ilustrou
essa situação com as palavras: 'Estamos... como moribundos, e, ao invés, vivemos'
(2 Cor 6, 9). A mão salvífica do Senhor nos sustenta, e assim podemos cantar desde
já o canto dos salvos, o canto novo dos ressuscitados. Aleluia!"
A ressurreição
não é um mito, nem um sonho, nem uma teoria, mas um evento histórico que mudou a história
do mundo, a história de cada um de nós. Cristo ressuscitou verdadeiramente:
"Sim!
É justamente esse o núcleo fundamental da nossa profissão de fé; esse é o grito de
vitória que nos une a todos. E se Jesus ressuscitou e, portanto, está vivo, quem jamais
pode nos separar d'Ele? Quem jamais poderá privar-nos de seu amor que venceu o ódio
e derrotou a morte?... Ele é a nossa esperança, Ele é a verdadeira paz do mundo."
(RL)