BÊNÇÃO "URBI ET ORBI": "COM A PÁSCOA, JESUS INAUGUROU UMA NOVA PRIMAVERA DE ESPERANÇA"
Cidade do Vaticano, 12 abr (RV) - Ao final da celebração eucarística deste
Domingo de Páscoa, do balcão central da Basílica de S. Pedro, Bento XVI concedeu a
tradicional bênção "Urbi et Orbi" (à cidade de Roma e ao mundo inteiro).
Na
mensagem que precedeu a bênção, o papa formulou os votos de feliz Páscoa com as palavras
de Santo Agostinho: "Resurrectio Domini, spes nostra – a ressurreição do Senhor
é a nossa esperança".
Com efeito, uma das questões que mais angustia a existência
do homem é precisamente esta: o que há depois da morte? A Páscoa, afirmou o pontífice,
permite-nos responder que a morte não tem a última palavra, porque no fim quem triunfa
é a Vida. E esta nossa certeza não se funda sobre simples raciocínios humanos, mas
sobre um dado histórico de fé: Jesus Cristo, crucificado e sepultado, ressuscitou
com o seu corpo glorioso.
Desde a alvorada de Páscoa, uma nova primavera de
esperança invade o mundo; Jesus ressuscitou, não para que a sua memória permaneça
viva no coração dos seus discípulos, mas para que Ele mesmo viva em nós.
A
ressurreição, portanto, não é uma teoria, mas uma realidade histórica revelada pelo
Homem Jesus Cristo por meio da sua 'páscoa'. Não é um mito nem um sonho, não é uma
visão nem uma utopia, não é uma fábula, mas um acontecimento único e irrepetível.
O
anúncio da ressurreição do Senhor ilumina as zonas escuras do mundo em que vivemos.
Refiro-me de modo particular ao materialismo e ao niilismo, àquela visão do mundo
que não sabe transcender o que é experimentalmente constatável e refugia-se desconsolada
num sentimento de que o nada seria a meta definitiva da existência humana.
Se
a morte já não tem poder sobre o homem e sobre o mundo, todavia restam ainda muitos,
demasiados sinais do seu antigo domínio. Se, por meio da Páscoa, Cristo extirpou a
raiz do mal, todavia precisa de homens e mulheres que, em todo o tempo e lugar, O
ajudem a consolidar a sua vitória com as Suas mesmas armas: as armas da justiça e
da verdade, da misericórdia, do perdão e do amor.
Então o pontífice recordou
sua recente viagem à África, continente, disse, que sofre desmedidamente com os cruéis
e infindáveis conflitos que dilaceram e ensangüentam várias das suas nações e com
o número crescente dos seus filhos e filhas que acabam vítimas da fome, da pobreza,
da doença.
"A mesma mensagem repetirei com vigor na Terra Santa, onde terei
a alegria de me deslocar daqui a algumas semanas. A reconciliação difícil, mas indispensável,
que é premissa para um futuro de segurança comum e de pacífica convivência, não poderá
tornar-se realidade senão graças aos esforços incessantes, perseverantes e sinceros
em prol da composição do conflito entre israelenses e palestinos."
Da Terra
Santa, o olhar estende-se depois para os países limítrofes, para o Médio Oriente,
para o mundo inteiro. "Num tempo de global escassez de alimento, de desordem financeira,
de antigas e novas pobrezas, de preocupantes alterações climáticas, de violências
e miséria que constringem muitos a deixar a própria terra à procura de uma sobrevivência
menos incerta, de terrorismo sempre ameaçador, de temores crescentes perante a incerteza
do amanhã, é urgente descobrir perspectivas capazes de devolverem a esperança."
A
ressurreição de Cristo é a nossa esperança! – concluiu Bento XVI. "É isto que a Igreja
proclama hoje com alegria. (...) A Ele, Rei vitorioso, a Ele crucificado e ressuscitado,
gritamos com alegria o nosso Aleluia!"
Depois da mensagem pascal, Bento XVI
fez votos de "Feliz Páscoa" em 63 línguas. Ouça sua saudação em português: (BF)