SÁBADO SANTO É A HORA DA MÃE, QUE RECORDA A PROVA SUPREMA DA FÉ VIVIDA PELA VIRGEM
Roma, 11 abr (RV) - No Sábado Santo – dia de silêncio e recolhimento – toda
a Igreja se une ao coração da Mãe, traspassado pela dor da morte de seu Filho. A fé
da Virgem Maria não se apaga nem se obscurece: enquanto o corpo do Filho repousa no
sepulcro, a Virgem – antecipando e representando a Igreja simbolicamente – espera,
cheia de confiança, a vitória do Filho sobre a morte.
Para meditar sobre Maria
na iminência da Ressurreição, a Igreja tem a tradição de celebrar, no sábado pela
manhã, "A Hora da Mãe". De fato, realizou-se esta manhã, na Basílica romana de Santa
Maria Maior, a celebração da "Hora da Mãe".
Nessa hora, a Virgem participa
do mistério da misericórdia divina, como nos ressalta a teóloga membro do diretório
da Pontifícia Academia mariológica internacional, Cettina Militello, entrevistada
pela Rádio Vaticano:
Cettina Militello:- Maria aos pés da Cruz representa
as primícias da Igreja, e esse seu sofrer a morte do Filho expressa a Paixão da Igreja
em relação a seu Senhor. Tudo isso se dá de forma eminentemente expressiva."
P.
Maria, traspassada pela dor pela morte de Jesus, vive a prova suprema da fé e é a
única que compreende a paixão, a morte do Filho...
Cettina Militello:-
"Maria vive a escuridão da fé, isto é, vive aquele momento terrível no qual não existem
palavras. De certo modo, Deus está ausente, não no sentido absoluto de sua ausência,
mas porque não mais se percebe a sua presença, considerando a enormidade da provação
à qual foi submetida. Aquele momento é realmente o momento em que parece que tudo
está perdido, porque a morte é um fato inelutável, é um fato definitivo."
P.
A Virgem é também representante da comunidade redimida que, com ânsia, espera a Ressurreição...
Cettina
Militello:- "Se há alguém entre os membros da comunidade que confiantemente se
abbandona a Deus, não obstante o silêncio de Deus, esse alguém é certamente Maria.
A Mãe de Jesus torna-se modelo daquilo que deve ser a nossa atitude como comunidade
de fé, quando a provação nos coloca na condição de – não digo duvidar – mas de não
ver com clareza aquilo que nos está acontecendo." (RL)