2009-04-09 16:31:30

Patriarca pede purificação da Igreja: D. José Policarpo alerta contra transformação do sacerdócio ministerial em «poder» e pede fidelidade à Palavra
 


(9/4/2009) D. José Policarpo deixou esta Quinta-feira Santa vários alertas, numa celebração com o clero de Lisboa, admitindo que “temos de purificar tanta coisa na Igreja real que somos, para que no rosto da Igreja os homens possam contemplar o rosto de Cristo sacerdote”.
Na homilia da Missa Crismal a que presidiu na Sé Patriarcal, o Cardeal de Lisboa indicou que "quando a Igreja, na sua realidade humana, não anuncia o rosto de Cristo, é porque há nela as marcas da infidelidade à Palavra".
"É Cristo que garante à Palavra da Igreja o rosto que a humaniza e a torna audível como Palavra de Deus”, alertou.
Aos padres presentes, o Cardeal-Patriarca referiu que “o vosso sacerdócio ministerial encontra a sua verdade no serviço do Povo sacerdotal. Se a Igreja não se assumir como rosto de Cristo sacerdote, o sacerdócio ministerial perde o seu sentido, transforma-se em poder, torna-se incompreensível aos olhos do mundo”.
D. José Policarpo precisou “o contexto da exigência da fidelidade da Igreja”: “seguir de tal modo o seu Senhor de modo a que os homens, ao contemplarem a realidade humana da Igreja, possam contemplar nela o rosto de Cristo”.
Reflectindo sobre a “identificação entre Cristo e a Igreja”, frisou que a mesma “faz com que no rosto humano da Igreja resplandeça o mistério de Cristo e a sua Palavra amorosa”.
Noutro ponto da homilia, D. José Policarpo aludiu ao sacerdócio ministerial e da Igreja como “Povo sacerdotal”.
“A velha questão do lugar dos leigos na Igreja é muito mais que uma questão organizativa ou de eficácia da missão. O verdadeiro sujeito do ser e da missão da Igreja é o Povo sacerdotal: todo o Povo louva o Senhor, todo ele celebra os sacramentos, ele é o sujeito do anúncio da Palavra”, explicou.
Neste contexto, indicou que “é um erro pensar que a valorização da Igreja como Povo sacerdotal possa relativizar a importância dos sacerdotes ordenados. Antes pelo contrário: a especificidade do seu ministério sacerdotal ganha todo o relevo no tornar possível que o sacerdócio da Igreja se identifique com o sacerdócio de Cristo”.








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