2009-04-09 11:50:32

MEDITAÇÕES DA VIA-SACRA NO COLISEU


Cidade do Vaticano, 09 abr (RV) - “As tragédias nos fazem refletir. Um tsunami nos diz que a vida deve ser levada seriamente. Hiroshima e Nagasaki continuam sendo lugares de peregrinação. Quando a morte nos atinge, um outro mundo se apresenta ao nosso lado. Então nos liberamos das ilusões e temos a percepção de uma realidade mais profunda”. Antigamente as pessoas na Índia rezavam assim: “Conduza-me do irreal ao real, da escuridão à luz, da morte à imortalidade”. É o que se lê na meditação da 14ª estação da Via Sacra, que será presidida pelo Santo Padre no Coliseu de Roma nesta Sexta-feira Santa à noite.

Para o rito deste ano, os textos e comentários da Via Sacra foram confiados ao arcebispo de Guwahati, (Índia) Dom Thomas Menamparampil, salesiano de 72 anos, pastor de uma diocese de 50 mil católicos numa população de 6 milhões de habitantes. “Não é a eloqüência que convence e converte”, recorda o arcebispo na reflexão da 11ª estação: “É um olhar de amor no caso de Pedro; a serenidade sem ressentimento no sofrimento, no caso do bom ladrão. A conversão se verifica como um milagre. Deus abre os seus olhos. Você reconhece a sua presença e a sua ação. Você se rende”.

Nas palavras de Dom Menamparampil não faltam referências à Índia: “O modo de Jesus de combater pela justiça não é o de suscitar a ira coletiva das pessoas contra o opositor, com a conseqüência de formas ainda maiores de injustiça”. Ao contrário – sublinha o arcebispo no texto da 3ª estação –, é de desafiar o inimigo com a razão da própria causa e de suscitar a boa vontade do opositor de modo que ele desista da injustiça com a persuasão e a conversão do coração.

“Mahatma Gandhi levou para a vida pública esse ensinamento de Jesus sobre a não violência, com surpreendente sucesso”. E ainda, na 8ª estação, dedicada ao Cirineu que ajuda Jesus a levar a Cruz se encontra um chamamento ao Evangelho dos humildes: “Em Simão de Cirene temos o protótipo do discípulo fiel que toma sobre si mesmo a cruz e segue Cristo. Não é diferente de milhões de cristãos de humildes origens, com um profundo apego a Jesus. Privados de fascínio, de elegância, mas com uma fé profunda. Homens e mulheres com tal fé continuam a crescer em terras da África e da Ásia e nas ilhas distantes”. (SP)







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