2009-04-06 14:13:34

Bispo do Porto alerta para «conotação moral» da crise actual


(6/4/2009) D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, alertou este Domingo para a “conotação moral” da crise, afirmando que é necessário ter em conta as “ambições desmedidas ou pouca lisura de processos” que estiveram na origem da conjuntura actual.
Na celebração de Ramos, que decorreu na Sé do Porto, o prelado defendeu que “começar a Semana Santa em 2009 significa necessariamente adesão e compromisso pessoal em relação à misericórdia divina, revelada passo a passo nas atitudes definitivas de Cristo, tão manifestadas na Liturgia e na Palavra destes dias”, agravados “por dificuldades grandes na sociedade e nas famílias”.
D. Manuel Clemente observou que “a Igreja, enquanto Igreja, não pode nem deve realizar directamente as variadas funções de construção e reconstrução do mundo”, mas “pode e deve preencher e animar todas as actividades humanas com aquele Espírito que o Filho de Deus difundiu na terra para que a aventura humana se retome e conclua na paz”.
“A Igreja - que é Povo de Deus, Corpo de Cristo e Templo do Espírito - na complementaridade dos seus ministérios e carismas, começa hoje, no Portugal que somos em 2009, uma Semana que a fará mais santa, na medida em que a Palavra for mais ouvida, a Oração mais continuada, os Sacramentos mais recebidos e a Caridade mais actuada”, acrescentou.
Pra o Bispo do Porto, “tudo nos converterá também mais aos sentimentos de Cristo e de quem «está verdadeiramente em Cristo», para reproduzirmos entre familiares e sem-família, empregados e sem-emprego, saudáveis e enfermos, acompanhados e sós de múltiplas solidões, o serviço humilde e consequente d’Aquele a quem chamamos Mestre e Senhor”.
Noutro ponto da sua homilia, o prelado defendeu que “uma das causas de tanta desistência religiosa” se encontra na descrença em relação a um “deus” que “não garante como queríamos o êxito individual apetecido”.
“Aprendamos com Cristo – especialmente os jovens a quem este dia é dedicado - que serão bem recordados, daqui a dois mil anos e sempre, apenas aqueles que fizeram da sua vida a partilha generosa do que têm e do que são, e são exactamente porque oferecem”, apontou.








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