2009-04-05 17:22:09

CONSUMO DE DROGAS ESTÁ LEGALIZADO NA PRÁTICA, AFIRMAM PADRES ARGENTINOS


Buenos Aires, 05 abr (RV) - A Igreja argentina considerou que o consumo de drogas está "legalizado de fato" em favelas em Buenos Aires, em um documento difundido hoje pela imprensa local e elaborado por um grupo de sacerdotes que vive nesses assentamentos precários.

O duro diagnóstico foi traçado pela Equipe de Sacerdotes das Cidades de Emergência, ligada à Arquidiocese de Buenos Aires. Eles consideram que os jovens são as primeiras vítimas dessa situação, sem que "o Estado ou os poderes públicos façam algo por eles".

Os sacerdotes, chamados popularmente de "padres das favelas" se queixaram também da falta de respostas integrais para frear o consumo e de programas de reabilitação. Além disso, falta apontar que o problema não é a favela, mas a venda de drogas e o tráfico de armas fora de controle.

A apresentação desse documento acontece depois de surgirem notícias de que nos últimos meses a Corte Suprema de Justiça está muito perto de legalizar o consumo de drogas no país, como pretende o governo argentino.

Diante dessa possibilidade, os sacerdotes perguntaram se os juízes e os ministros conhecem a situação nas favelas, se conversaram com as pessoas que vivem ali ou se, apenas, sentaram para elaborar projetos "libertadores".

"Como nossos jovens e adolescentes compreendem essa mensagem: pode-se consumir livremente, por exemplo, cocaína?", apontou o grupo religioso.

A Equipe de Sacerdotes das Cidades de Emergência esclareceu que seu propósito não é de "entrar em uma polêmica", mas de "clamar por respostas ante o flagelo".

"Entre nós as drogas já está legalizada de fato. Pode-se consumir sem praticamente ser incomodado. Habitualmente, nem o poder público ou organismo que represente o Estado se intromete na vida desses garotos que têm veneno em suas mãos", insistiram.

Os padres lembraram que aqueles que se enriquecem com o narcotráfico "não vivem em favelas" e reconheceram a estreita relação entre a droga, a deliquência, as brigas e a morte violenta, facilitada pelo tráfico de armas.

Em Buenos Aires, há 21 favelas reconhecidas oficialmente, em que vivem cerca de 170 mil pessoas. Organizações sociais indicam que os dados não são atuais e as cifras são consideravelmente maiores. (TM)







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