2009-04-04 12:05:26

Angola um dos paises mais minados do mundo


(4/4/2009) As minas em Angola, país ainda considerado um dos mais minados do mundo e onde se estima a existência de 80 mil vítimas, continuam a fazer baixas, em torno de 80 pessoas por ano.
Os dados foram avançados à Agência Lusa por Madalena Neto, coordenadora da subcomissão de Apoio e Reinserção Social da Vítima de Mina da Comissão Nacional Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), quando falava por ocasião do dia Internacional de Luta contra as Minas, que se assinala a 04 de Abril.
Segundo a responsável, uma das principais acções da CNIDAH é a educação sobre o risco das minas, através de campanhas de sensibilização, com vista a diminuir os acidentes.
Entretanto, a coordenadora reconheceu que os acidentes com minas atingem entre os 80 e 100 casos por ano, na maior parte das vezes por falta de informação.
"Isto tem acontecido sobretudo com populações de zonas agrícolas, que querem fazer o seu cultivo, e com crianças, que, na sua inocência, brincam com qualquer coisa", explicou.
De acordo com Madalena Neto, este mês vai arrancar em todo o país o processo de registo nacional das vítimas de minas, com duração de dois anos, para apurar o número real das pessoas no país afectadas.
As estimativas dos números de vítimas existentes datam de 2000, altura em que o país vivia ainda uma guerra civil entre as tropas governamentais e a UNITA, que acabou dois anos depois, por coincidência a 4 de Abril, o Dia Internacional Contra as Minas.
As actividades de desminagem continuam a decorrer por todo o país, tendo sido criadas, em 2007, nove equipas regionais para o acompanhamento dos trabalhos nas 18 províncias de Angola, explicou à Lusa o assessor nacional de Controlo de Qualidade de Desminagem da CNIDAH, Lito João.
Nas províncias do Kuando Kubango, Malange, Huambo, Bié e Huíla, ainda consideradas as mais minadas, foi instalada uma equipa em cada uma devido à essa particularidade.
A redução dos apoios financeiros por parte da comunidade internacional, que se verifica desde 2006, também tem dificultado os trabalhos, referiu Lito João, salientando que os altos indicadores de crescimento económico de Angola estão na base dessa redução.
"Pensamos que na componente humanitária essa ajuda não se deveria reduzir, porque o Estado tem responsabilidades, como a reconstrução do país", referiu.
Os números reais de minas existentes no país não estão disponíveis, havendo estimativas do tempo da guerra de que teriam sido implantadas um milhão de engenhos nos solos de Angola.
Actualmente, sete anos depois de alcançada a paz no país, a CNIDAH está preocupada em fazer o levantamento das localidades com presença de minas.
Esse levantamento, que terminou em 2007, conseguiu identificar mais de três mil localidades das 20 mil pesquisadas com altos níveis de minas, tendo já sido mais de 50 por cento delas sido desminadas.









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