2009-04-03 15:51:35

G20 em Londres: um “acordo de acção global” para reactivar a economia internacional


(3/4/2009) Em Londres, os líderes mundiais chegaram ontem a um “acordo de acção global” para reactivar a economia internacional, que passa pela reforma do sistema bancário (que incluirá a penalização dos paraísos fiscais), estímulos ao crescimento económico, a revisão das instituições internacionais, o apoio ao comércio global e novos fundos para o combate à pobreza.

Na conferência de imprensa final da cimeira do G20, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou ainda que os líderes mundiais planeiam voltar a encontrar-se até ao final do ano. Segundo ele, o encontro servirá para "monitorizar os progressos" conseguidos.
Sintetizando as medidas adoptadas, Brown explicou que os países mais industrializados e as principais economias mundiais chegaram a compromissos em seis áreas distintas, que abrangem boa parte das propostas trazidas pelos vários dirigentes para o encontro de Londres.

Entre elas conta-se uma “profunda reforma do sistema bancário” a nível internacional, que irá abarcar, entre outros aspectos, uma nova regulamentação para as agências de notação e os fundos de investimento.

Mas a medida mais visível será a criação de uma lista de paraísos fiscais que não cumprem as regras de transparência – tarefa que estará a cabo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Ainda neste âmbito, o G20 decidiu fixar novas regras para a atribuição de prémios aos gestores financeiros, uma matéria que gerou grande polémica nos Estados Unidos e Reino Unido.
 
O G20 acordou também um pacote de um milhão de milhões de dólares para reforçar a capacidade de intervenção das instituições financeiras internacionais. Metade deste montante será gerido pelo Fundo Monetário Internacional (instituição que concede empréstimos de emergência a países em dificuldade), que vê assim triplicar o seu orçamento.


O novo pacote junta-se aos valores já disponibilizados individualmente pelos países, elevando para níveis inéditos o estímulo fiscal à economia. Segundo fontes diplomáticas, a maior parte dos novos fundos (que vão triplicar o orçamento disponível do FMI) serão disponibilizados pela China, Japão e alguns países europeus.


Também o comércio internacional – em queda acentuada nos últimos meses – mereceu especial atenção na cimeira, tendo os líderes mundiais acordado retomar as negociações para a liberalização das trocas (um das principais reivindicações dos países emergentes). Em paralelo, será criado um fundo de 250 mil milhões para, ao longo dos próximos dois anos, financiar e dar garantias às exportações e importações.


Numa outra medida inédita, o G20 decidiu que o FMI poderá vender parte das suas reservas de ouro para financiar a ajuda ao desenvolvimento dos países mais pobres – uma medida que o primeiro-ministro britânico diz demonstrar que os mais ricos “não vão passar ao lado” dos que mais necessitam. Brown disse ainda ter existido um consenso para aumentar a representação dos países em desenvolvimento nas instituições internacionais, a começar pelo FMI.

Em cima da mesa estiveram também as preocupações com as alterações climáticas, falando-se em diminuição das emissões para a atmosfera e da criação de “empregos verdes”.








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