2009-04-03 13:06:45

CRISTÃOS CURDOS TEMEM ATAQUE TURCO


Istambul, 03 abr (RV) – No Curdistão, os cristãos iraquianos – reduzidos a menos da metade nos últimos anos – estão temerosos de um ataque turco à região, porque não têm mais para onde ir, depois de se terem autoexilado numerosas vezes, fugindo da violência.

O Curdistão é um amplo altiplano localizado na parte setentrional e norte-oriental da região da Mesopotâmia, que inclui as bacias dos rios Tigre e Eufrates e é hoje politicamente dividido entre a Turquia, o Irã, o Iraque e a Síria, além da Armênia. Apenas o Curdistão iraquiano goza de autonomia política como região federal do Iraque.

Segundo o bispo Mer Patros − máxima autoridade dos cristãos caldeus no Curdistão – o Iraque conta hoje apenas cerca de 600 mil cristãos, dos dois milhões que chegou a ter, nos tempos do regime de Saddam Hussein. Desses 600 mil, 250 mil vivem no Curdistão.

"Nós, cristãos, somos alvo de uma autêntica perseguição no Iraque, e apenas no Curdistão encontramos paz" – disse o bispo, em sua sede episcopal, em Dohuk, agradecendo o trabalho que o governo autônomo curdo vem fazendo, para ajudar os cristãos que buscam refúgio na região.

Após a derrocada de Saddam Hussein, os cristãos iraquianos – caldeus, sabeus e assírios – começaram a sofrer ataques e atentados contra suas igrejas, o que os levou a emigrarem para países vizinhos ou para a Europa. Dos 40 sacerdotes caldeus existentes em Bagdá, hoje restam apenas 17.

Todavia, alguns cristãos mais pobres, que não puderam emigrar, transferiram-se para as montanhas curdas, de onde haviam fugido precedentemente, para escapar das incontáveis guerras curdas e dos ataques da Turquia.

Esses cristãos curdos retornaram a seus povoados de origem, graças ao governo autônomo curdo, e voltaram a dar vida a inteiras aldeias que forma um cinturão na fronteira com a Turquia.

Agora, esses cristãos que parecem ter uma sina errante e não conseguem ter paz em lugar nenhum, estão de novo sob a ameaça de terem que escapar da região, caso aconteça esse temido ataque da Turquia. (AF)







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