ACNUR E JESUÍTAS INDIGNADOS COM TRAGÉDIA NO MAR

Cidade do Vaticano, 02 abr (RV) - A agência das Nações Unidas para Refugiados, ACNUR, expressou ontem seu pesar pelas centenas de pessoas desaparecidas ao largo do litoral líbio. Pelo menos 21 pessoas morreram e 213 ainda não foram encontradas após o naufrágio de uma embarcação sobrecarregada de imigrantes clandestinos que viajavam com destino à Europa. Apenas 20 conseguiram se salvar.

“É um trágico exemplo – destaca a ONU – de um fenômeno global que leva as pessoas mais desesperadas a recorrerem a medidas desesperadas para fugir de conflitos, perseguições e pobreza, e buscarem uma vida melhor”.

A Comunidade de Santo Egídio também expressa sua dor: “A vida de tantos imigrantes engolida pelas águas interpela a consciência de cada um de nós. Superficialmente, nós os chamamos ‘clandestinos’; muitas vezes não vemos sua expressão de dor e sofrimento, e lhes negamos respeito, dignidade e acolhimento”. Neste sentido, a Comunidade pede a todos que têm responsabilidades institucionais e às pessoas de boa vontade que possibilitem políticas de solidariedade, acolhimento e respeito a quem pedem asilo e aos imigrantes.

Enfim, o Centro Astalli, do Serviço Jesuíta para Refugiados, expressa também toda a sua dor e desconcerto. Em comunicado, afirmam que esta é a enésima tragédia que pune pessoas que, em busca de uma vida digna, são obrigadas a confiar e entregar-se a traficantes sem escrúpulos para chegar à Europa. “Existe uma humanidade que pede à Europa ajuda e proteção das guerras e ditaduras sangrentas, e é impossível ficarmos indiferentes”. (CM)