Sonho europeu de imigrantes ilegais africanos acaba nas águas do Mediterrâneo
31/3/2009) Há pelo menos 300 pessoas desaparecidas no Mediterrâneo após o naufrágio
de duas embarcações com imigrantes ilegais africanos ao largo da Líbia, que tentavam
chegar a Itália. O balanço é avançado pela Organização Internacional das Migrações,
embora outros órgãos internacionais indiquem que esse número pode ascender a 500 desaparecidos.
Segundo o mesmo organismo, os fortes ventos deverão ter levado os barcos a voltar-se.
Entre as várias informações contraditórias que existem neste momento, oficialmente
há a registar 21 mortos - corpos que foram resgatados pela Guarda Costeira Líbia -
e 23 sobreviventes. De acordo com o porta-voz da Organização Internacional das
Migrações, Mikael Bombasae, há uma terceira embarcação com 350 pessoas a bordo, que
foi interceptada pelas operações de resgate em curso. Os imigrantes são provenientes
de vários países do norte de África e da África subsariana. Entre as vítimas mortais
estarão dez cidadãos egípcios. Dezenas de milhares de pessoas tentam todos os anos
chegar à Europa através do mar, sendo a Líbia um ponto de partida muito procurado
pelos imigrantes clandestinos africanos – pagando aos contrabandistas pequenas fortunas
por um lugar num barco que nem sempre chega ao ambicionado destino europeu.
Em
Fevereiro passado Trípoli, assinou um novo acordo com a Itália (escolha de muitos
egípcios que enfrentam taxas elevadíssimas de desemprego no país natal) para reforçar
os esforços para conter o fluxo de imigração ilegal: as novas patrulhas italo-líbias
que irão funcionar ao abrigo deste acordo iniciam-se a 15 de Maio próximo. Os números
oficiais indicam que mais de 30 mil imigrantes clandestinos chegaram às costas de
Itália no ano passado.