Cidade do Vaticano, 30 mar (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho para
a Cultura, Dom Gianfranco Ravasi, participou, sexta-feira, da apresentação do livro
‘Galileu e o Vaticano’, obra que segundo ele, oferece um juízo objetivo dos historiadores
para compreender a relação entre Galileu e a Igreja. “Um trabalho importante para
deixar para trás os escombros de um passado infeliz, que gerou incompreensões trágicas
e recíprocas, e facilitar um compromisso para uma relação mais vivaz e pacífica da
Igreja com a ciência” – disse o arcebispo.
Os autores da obra são Mario Artigas,
professor de Filosofia da Ciência em Barcelona e na Universidade de Navarra, falecido
em 2006, e Mons. José Sánchez de Toca y Alameda Melchor, vice-secretário do Pontifício
Conselho para a Cultura.
O objetivo do livro é reconstruir e narrar o trabalho
realizado pela Comissão instituída em 1982 por João Paulo II para estudar a questão
em torno de Galileu em plena fidelidade aos fatos historicamente documentados, em
conformidade com as doutrinas e a cultura do tempo. Segundo escreveu Dom Ravasi no
prefácio, a Comissão colocou um ponto final no “erro subjetivo dos julgamentos de
Galileu, incapazes de distinguir entre o dado da fé, ou seja, a verdade necessária
para a salvação espiritual” e o “contexto expressivo, ligado a uma cosmologia contingente,
então vigente e de tipo tradicional”.
Graças ao trabalho daquela Comissão,
em 31 de outubro de 1992, João Paulo II reconheceu, numa declaração, os erros cometidos
pelo tribunal eclesiástico que julgou os ensinamentos científicos de Galileu Galilei.
Dom Ravasi recordou também que Bento XVI evocou Galileu, neste ano dedicado
à astronomia, no Angelus de 21 de dezembro de 2008, data do solstício de inverno,
e na solenidade da Epifania de 6 de janeiro de 2009, quando falou da estrela dos magos.
Enfim, em dezembro passado, o arcebispo propôs Galileu como ‘patrono ideal
para um diálogo entre ciência e fé’. (CM)