VISITA DO PAPA À TERRA SANTA: "UMA GRAÇA PARA OS CRISTÃOS"

Jerusalém, 27 mar (RV) - “Uma graça para os cristãos”. Padre Ibrahim Faltas, pároco da paróquia latina de Jerusalém, vê dessa maneira a próxima visita à Terra Santa de Bento XVI de 8 a 15 de maio. “As comunidades cristãs locais esperam muito que essa viagem – disse à agência SIR o franciscano, que foi um dos responsáveis pela solução do assédio da Basílica da Natividade, em Belém, no mês de abril de 2002 – se realize sob o perfil espiritual mas também material”. “O Papa – explica ele – vem para encorajar os cristãos mas espero que a sua presença possa contribuir positivamente à solução de alguns problemas que impedem a Igreja realizar a sua missão. Refiro-me, em particular, - continua Padre Faltas -, à liberação, cada vez mais difícil, dos vistos aos religiosos, especialmente para aqueles provenientes de países árabes. A Custódia tem nas suas fileiras, franciscanos de 54 nações e muitos vêm de países vizinhos a Israel”.

Para a solução “muito dependerá também do futuro governo para o qual estão em andamento negociações para a sua formação” - é dos últimos dias a notícia da entrada dos membros do Partido Trabalhista, o de Barak, no governo de direita de Netanyhau - declara padre Faltas, que acrescenta, estar confiante “no futuro governo. No passado alguém da direita conseguiu a paz”.

Outra grande preocupação para o Patriarcado, Custódia e Nunciatura Apostólica, é a “emigração dos cristãos da Terra Santa”. Entre as causas, para o franciscano, “a falta de perspectivas futuras, de trabalho e a dificuldade de ter uma casa”. A emergência habitacional toca números preocupantes: “somente 10% dos 6.000 fiéis latinos de Jerusalém – revela Padre Faltas – é proprietário de casas. Os aluguéis na cidade partem de cerca 1.000 dólares ao mês, diante de um salário médio mensal de 700 dólares. Portanto, impensável para muitas famílias”.

Para enfrentar essa emergência a Custódia colocou em campo importantes recursos: “393 casas da Custódia em Jerusalém, outras 300 fora, 42 em Beit Hanina e outras em Betfagé, dadas a famílias cristãs com aluguéis mínimos. Para as casas que estamos construindo já foram apresentados mais de 700 pedidos. Dar às famílias uma casa significa ajudá-las a permanecer aqui e com o trabalho proveniente das peregrinações, em evidente aumento já em 2008, a sua permanência não será mais uma miragem”. (SP)