Cidade do Vaticano, 27 mar (RV) - O diálogo com o mundo judeu é ‘imperativo’,
mas para ser realmente útil, é preciso primeiro ‘afinar’ o conceito de diálogo dentro
da Igreja católica. É a opinião expressa por Frei David Maria Jaeger, franciscano,
especialista de assuntos de Oriente Médio, numa conferência sobre liberdade religiosa,
em Roma, ontem.
Para o frade, o diálogo deve ocorrer em uma frente muito ampla
e por parte de todos: professores, artistas, jovens, idosos, empresários de direita,
de esquerda, com representantes de toda a comunidade hebraica, tão diversificada no
mundo.
Paralelamente, afirma também que é dever do Estado garantir a liberdade
religiosa, e por isso, o confronto não deve se dar diretamente através das religiões;
“não se pode obrigar ninguém a crer naquilo em que cremos. O único interlocutor possível
deve ser o Estado".
Frei Jaeger ressalta que não deve haver reivindicações
a alguma religião, por mais teocrática que ela seja, pois cada religião tem o direito
de pensar e ensinar suas crenças. Por sua vez, os países não devem ceder e nem assumir
certos ensinamentos religiosos, mas sim cumprir seu dever de garantir a todos a liberdade
de culto. (cm)