Aumenta a intolerância religiosa no mundo; a Santa Sé recorda que a liberdade religiosa
está unida á liberdade de expressão
(25/3/2009) D. Silvano M. Tomasi, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas,
manifestou a sua preocupação pelo aumento da intolerância religiosa no mundo, durante
sua intervenção na 10ª Sessão Ordinária do Conselho sobre os Direitos Humanos, que
aconteceu em Genebra na semana passada. O representante da Santa Sé aludiu ao recente
encontro da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), a 4 de Março
passado, em Viena (Áustria), no qual se constatou a crescente intolerância contra
os cristãos, não só nos países onde são minoria, mas também no Ocidente. Recolhendo
esta preocupação, afirmou que «certo número de Estados, que previamente se haviam
comprometido numa relação equilibrada e saudável entre a Igreja e o Estado, estão
a revestir-se cada vez mais de uma política secularista, que tem por objectivo reduzir
o papel da religião na vida pública». O prelado pede aos Estados que «examinem
a sua própria legislação nacional», para ver de que forma se está a aplicar «o princípio
universal da liberdade religiosa». «Deveria ter-se presente em todos os momento
que o direito à liberdade religiosa está intrinsecamente relacionado com o direito
à liberdade de expressão. Quando os seguidores das religiões não têm direito a expressar
a sua opinião livremente, a liberdade de religião não está garantida», afirmou. Também
pede que os países fomentem «um diálogo franco, mas respeitoso entre os membros da
mesma religião, entre os representantes das diferentes religiões e com as pessoas
que não têm nenhuma crença religiosa». Finalmente convida os países, a «não serem
excludentes», mas a reconhecer «o importante papel que as religiões podem desempenhar
na sociedade». D. Tomasi aludiu também à situação das minorias religiosas em geral,
e cristãs em particular, que em diversos lugares do mundo «ainda enfrentam diariamente
discriminação e preconceitos». «A Santa Sé manifesta a sua preocupação pelo aumento
destas situações de intolerância religiosa e apela aos Estados para que tomem as medidas
necessárias – educativas, legais e judiciais – tendentes a garantir o respeito do
direito à liberdade de religião, e a proteger as minorias religiosas da discriminação.»