Bangcoc, 24 mar (RV) – Na Tailândia, as violências entre as guerrilhas independentistas
islâmicas nas províncias de Narathiwat, Pattani e Yala estão tornando cada vez mais
difíceis também a presença da Igreja nesta parte do país. Foi o que referiram à agência
Ucan, os únicos dois sacerdotes presentes na região de maioria muçulmana, o salesiano
belga Padre Gustav Roosens e o Padre Suksan Chaopaaknam.
A insurreição separatista,
guiada pela Frente Revolucionária Nacional (BRN), teve início em 2004 e causou mais
de 3.300 vítimas, entre soldados, policiais, mas também civis budistas e muçulmanos.
Também o exército do governo está envolvido em graves abusos contra os civis. Este
clima de violência e de insegurança – explica Padre Roosens, que trabalha como missionário
na Tailândia há 53 anos, dos quais 20 em Pattani - está impedindo o trabalho pastoral
e a realização de diversos projetos de assistência e de desenvolvimento promovidos
pela Igreja local, que possui pouquíssimas forças.
Hoje nas três províncias
permaneceram somente 400 fiéis, distribuídos em duas paróquias. Os demais fugiram.
Para dar assistência a eles o velho missionário deve fazer muitas viagens que são
perigosas, como evidencia também o jovem sacerdote Padre Suksan Chaopaaknam que não
esconde o seu medo: “Viajo somente de dia – explica – porque tenho medo e estou longe
dos meus confrades”. 42 anos, Padre Suksan ficará em breve sozinho, pois Padre Roosens
deverá se ausentar por algum tempo. Eu pedi para ser transferido, “mas – disse – até
quando não chegar outro sacerdote parta me substituir continuarei a trabalhar aqui
com o pesadelo da violência”.
O independentismo islâmico nas províncias muçulmanas
do sul, habitadas por uma população de origem malesa, é um fenômeno que remonta ao
ano de 1786, quando o Reino Budista de Sião, o antigo nome da Tailândia, conquistou
essa região, colocando fim a séculos de independência do Sultanato Islâmico de Pattani,
que compreendia as atuais províncias na fronteira com a Malásia” (SP)