D. José Policarpo fala do aborto e da eutanásia, como «destruições da vida» e da dignidade
do ser humano
(23/3/2009) O Cardeal-Patriarca de Lisboa lamentou que hoje se viva num “ambiente
cultural” que “permite agressões destruidoras nessa biodiversidade e legaliza destruições
da vida humana, tanto no seu início no seio materno, como na fase terminal da existência
terrena”. “Proclamam-se, solenemente, os direitos do homem e a sua dignidade,
mas pactua-se, tolera-se ou promove-se mesmo a violação contínua desses direitos”,
disse este Domingo, na Sé Patriarcal, durante a quarta catequese quaresmal, dedicada
ao tema “A Palavra e a Vida”. Segundo D. José Policarpo, na sociedade actual “não
se é capaz de integrar harmonicamente na compreensão da vida, a sua grandeza e a sua
precariedade e o sofrimento aparece incompatível com uma certa compreensão da felicidade”.
O Cardeal contrapôs a este estado de coisas as convicções profundas dos cristãos,
para quem tudo parte “da Palavra de Deus, que nos revela e nos comunica a vida, que
nos convida a enquadrar a nossa existência presente no horizonte alargado da sua plenitude
e da sua verdade definitiva. Só assim poderemos influenciar uma cultura da vida comum
a toda a sociedade”. “Devemos partilhar a vida, porque na sua fonte divina ela
é dom e partilha. Para nós cristãos, viver na fidelidade é sermos fiéis a Jesus Cristo”,
acrescentou. Para D. José Policarpo, “se Deus é a fonte da vida, nós aspiramos
à plenitude e à eternidade. Participamos na vida divina, que se tornou próxima da
nossa realidade em Jesus Cristo e vivemos ao ritmo da vida em Deus”. “A vida humana
deixa de ser um fenómeno, analisado pela ciência, circunscrito no tempo, reduzido
às nossas capacidades de viver. A nossa vida é a mesma de Deus, dom contínuo do Espírito
de Cristo ressuscitado. É em Deus que a nossa vida adquire a dimensão da eternidade”,
apontou.