Ouça a reflexão do Pe. Cesar Augusto dos Santos, para o domingo, 22 de março:
Se existe
uma imagem de Jesus que me agrada bastante é a do Senhor crucificado. Vejo nela o
símbolo maior de nossa fé e o sinal mais explicito do amor de Deus por nós. É a imagem
da entrega radical ao Pai, por amor.
Por outro lado, preocupa-nos quando alguns
cristãos dizem que a imagem do crucificado os choca e que não deveria ficar exposta,
mas a do Senhor ressuscitado. É verdade, O Cristo ressuscitado é a última palavra.
No
evangelho deste domingo o Senhor nos fala que ele deverá ser levantado, para que todos
os que nele crerem tenham a vida eterna. Ele recorda a Nicodemos o episódio no deserto
quando, sob a orientação de Deus, Moisés levantou uma haste de onde pendia uma serpente
de bronze. Todos os que eram picados por serpente, deveriam olhar para a de bronze
e ficariam curados.
Todos nós, no Paraíso, fomos picados pela serpente do egoísmo,
do egocentrismo e de todos os males. É preciso que, para nossa cura, olhemos com fé
para o Crucificado, testemunho maior do amor do Pai por nós, como fonte de vida, de
reconciliação e de paz. Diante da entrega radical a Deus, de total descentralização,
de abnegação absoluta, de esvaziamento de si mesmo, nosso coração deverá aprender
a lição de amor e moldar-se ao Crucificado.
Queridos irmãos, ouvintes da Rádio
Vaticano, quando nos expomos ao sol, não fazemos nada, apenas deixamos que sua luz
nos passe os benefícios de que nosso organismo necessita. Nossa vida espiritual e,
por que não dizer, nossa maturidade psicoafetiva necessita que fixemos o olhar na
imagem do Cristo crucificado, sinal maior de libertação, de maturidade e de entrega
por amor. (CA)