2009-03-21 19:00:23

GAZA: GARANTIR ACESSO À ÁGUA É ASSEGURAR A PAZ


Gaza, 21 mar (RV) – Limitar ou negar o acesso à água "não apenas é um crime, mas também um fator que, em longo prazo, pode levar à eclosão de guerras e conflitos".

Às vésperas do Dia Mundial da Água – 22 de março – proclamado pela Organização das Nações Unidas, a ONG italiana Cisp-Sviluppo dei popoli (Cisp-Desenvolvimento dos povos) recorda que, dois meses depois do fim dos bombardeios israelenses contra Gaza, a emergência continua.

Os cerca de três mil pescadores da Faixa de Gaza – diz uma nota da ONG – não têm acesso ao mar e seus instrumentos de trabalho (barcos, redes e outros apetrechos) foram destruídos pelos foguetes israelenses.

Além disso, 50 mil pessoas ainda não têm acesso à água, enquanto 100 mil a recebem de maneira intermitente.

"O acesso à água é um direito fundamental da pessoa, que não pode ser sacrificado a interesses privados, econômicos ou de Estado" – sublinhou
Paolo Dieci, diretor da Cisp-Sviluppo dei popoli. "É um bem universal e permitir o acesso a esse bem é uma premissa obrigatória para que haja segurança e paz."

Por sua vez, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Abu Mazen, exige que Israel ponha fim à penúria hídrica a que submete o povo palestino e condiciona a conclusão de um definitivo acordo de paz entre israelenses e palestinos ao acesso destes últimos à água.

A exigência de Abu Mazen está contida na mensagem que ele enviou ao V Fórum Mundial sobre a Água, em curso em Istambul, Turquia, de 16 a 22 de março. O líder palestino denunciou a repartição desigual dos recursos hídricos na região, "em franco contraste com as normas do Direito Internacional" – enfatizou.

A quantidade de água de que pode dispor cada palestino – muito abaixo da quantidade definida como suficiente, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) − é quatro vezes inferior à de que dispõe um cidadão israelense. (AF)







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