Iaundê, 20 mar (RV) - Na tarde de ontem, o papa Bento XVI visitou um centro
para menores portadores de deficiências físicas e mentais na capital de Camarões,
Iaundê. 200 homens e mulheres de vários países, entre eles portadores do vírus HIV,
participaram do encontro. A entidade visitada por Bento XVI foi fundada pelo falecido
cardeal canadense Paul Leger e é administrada atualmente pelo Estado camaronês.
Na quadra de basquete, ao ar livre, o pontífice saudou algumas crianças e em seu
discurso pediu à Igreja Católica no país que continue trabalhando arduamente no combate
a doenças como a Aids, a malária e a tuberculose, que atingem especialmente o continente
africano.
Bento XVI reiterou que não esquece aqueles que, em suas casas, nos
hospitais, centros especializados ou nos dispensários, são portadores de deficiências
físicas ou mentais, e nem os que levam consigo os sinais da violência e da guerra.
“Na presença de sofrimentos atrozes, nos sentimos inaptos e não encontramos
as palavras justas. Diante de um irmão ou uma irmã imersos no mistério da Cruz, o
silêncio respeitoso e compassivo, a nossa presença assistida pela oração, um gesto
de ternura e conforto, um olhar, um sorriso, podem fazer melhor do que muitos discursos”.
Bento
XVI citou Simão de Cirene, africano, como exemplo para todos: “Um filho do vosso continente
participou com o seu próprio sofrimento, na pena infinita daquele que redimiu todos
os homens, incluindo os seus perseguidores. Simão de Cirene não podia saber que tinha
diante dos olhos o seu Salvador. Todo africano é, em qualquer medida, membro da família
de Simão de Cirene. Todo africano e todo homem que sofre ajuda Cristo a levar a sua
Cruz e sobe com Ele ao Gólgota para com Ele ressuscitar um dia”.
O Pontífice
estava rodeado por crianças em cadeiras de rodas e ao aproximar-se de uma menina,
deu-lhe um buquê de flores e apertou suas mãos. Ao final do discurso, ele cumprimentou
um a um os doentes presentes, antes de entrar no papamóvel em direção à Nunciatura.
(CM)