2009-03-19 17:24:30

Para todo o homem, o respeito da vida é um direito e ao mesmo tempo um dever, porque cada vida é um dom de Deus”.


( 19/3/2009) Na tarde desta quinta feira Bento XVI visitou o Centro Nacional de reabilitação dos deficientes, intitulado ao defunto cardeal canadiano Paul Emile Leger. Ali falou a um grupo de cerca de 200 doentes ( SIDA, malária etc.) e mutilados de guerra e de conflitos étnicos.
"Na presença de sofrimentos atrozes, sentimo-nos inaptos e não encontramos as palavras justas” – reconheceu Bento XVI, dirigindo-se aos doentes, com seus familiares e pessoal do Centro Cardeal Léger. “Diante de um irmão ou uma irmã imersos no mistério da Cruz (prosseguiu), o silêncio respeitoso e compassivo, uma presença orante, um gesto de ternura e de conforto, um olhar bondoso, um sorriso, muitas vezes conseguem mais do que muitos discursos”.

Observando que foi esta a atitude adoptada por Maria, pelas outras mulheres e pelo apóstolo João, perante o sofrimento de Jesus na sua paixão, Bento XVI evocou a comparticipação dada por Simão de Cirene, chamado, independentemente da sua vontade, a acompanhar Jesus, ajudando-o a levar a cruz ao Calvário.

“Um africano, um filho do vosso continente, participou, com o seu próprio sofrimento, na pena infinita d’Aquele que redimiu todos os homens, incluindo os seus perseguidores. Simão de Cirene não podia saber que tinha diante dos olhos o seu Salvador. Foi «requisitado» para O ajudar; foi constrangido, forçado a fazê-lo. É difícil aceitar carregar a cruz de outrem. Só depois da ressurreição é que ele pôde compreender o que tinha feito. O mesmo se passa com cada um de nós, irmãos e irmãs: no âmago do desespero, da revolta, Cristo propõe-nos a sua presença amorosa, ainda que tenhamos dificuldade em compreender que Ele está ao nosso lado. Só a vitória final do Senhor nos desvendará o sentido definitivo das nossas provas”.


“Não se pode dizer que todo o africano é, em qualquer medida, membro da família de Simão de Cirene? – interrrogou-se o Papa.


“Todo o africano e todo o homem que sofre ajudam Cristo a levar a sua Cruz e sobem com Ele ao Gólgota para com Ele ressuscitar um dia. Vendo Jesus objecto de tal infâmia, contemplando o seu rosto na Cruz e reconhecendo a atrocidade da sua dor, podemos vislumbrar, pela fé, o rosto luminoso do Ressuscitado que nos diz que o sofrimento e a doença não terão a última palavra nas nossas vidas humanas”.

A concluir, Bento XVI reservou uma palavra ao pessoal hospitalar e a todos os que trabalham no mundo sanitário. “Acompanhando, com a vossa atenção e os cuidados que lhes dispensais, aqueles que sofrem – obsrevou o Papa – realizais um acto de caridade e de amor que Deus agradece: «Estava doente, e viestes visitar-Me».

“A vós, investigadores e médicos, compete realizar tudo o que é legítimo para aliviar a dor; cabe-vos em primeiro lugar proteger as vidas humanas, ser os defensores da vida desde a sua concepção até ao seu termo natural. Para todo o homem, o respeito da vida é um direito e ao mesmo tempo um dever, porque cada vida é um dom de Deus”.

A concluir, Bento XVI deu graças a Deus “por todos os que, duma maneira ou doutra, trabalham ao serviço das pessoas que sofrem” e encorajou os padres e os visitadores de doentes a “empenharem-se com a sua presença activa e amiga na pastoral sanitária nos hospitais ou para assegurar uma presença eclesial no domicílio, para conforto e apoio espiritual dos doentes”.
(texto integral em "Viagens apostólicas")










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