2009-03-13 20:53:15

REAÇÃO DOS BISPOS EM RELAÇÃO À CARTA DO PAPA SOBRE OS LEFEBVRIANOS


Cidade do Vaticano, 13 mar (RV) - Profunda gratidão: é esta a reação dos bispos em relação à carta escrita por Bento XVI sobre a remissão da excomunhão dos quatro bispos consagrados pelo arcebispo Marcel Lefebvre, fundador da Fraternidade São Pio X.

"O papa não está sozinho. Os bispos estão com ele. Concordamos em sublinhar o estilo inédito, humilde e corajoso e ao mesmo tempo franco e fraterno, utilizado pelo Santo Padre na carta sobre a questão dos bispos lefebvrianos", disse o presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Robert Zollitsch que nesta manhã se encontrou com o papa e ressaltou o extraordinário gesto do pontífice.

"Nunca li o texto de um papa assim pessoal e tão aberto. Eu gosto disso. É também um sinal de comunicação, um sinal de que o papa deseja entrar em diálogo com os bispos e explicar a todo o colégio episcopal quais foram as razões que o impulsionaram a fazê-lo e como ele viu tal situação. Ele fez isso porque teve a sensação de não ter sido bem compreendido em relação ao objetivo final de seu agir. Eu gostei de o papa ter se expressado a todos numa maneira muito pessoal", ressaltou dom Zollitsch.

O estilo deste documento foi também evidenciado pelo cardeal-arcebispo de Paris, André Vingt-Trois: "Penso que o papa tenha sido sensível, penso que ele tenha sido surpreso pela reação de alguns cristãos porque ele percebeu que para alguns, como ele mesmo disse, esta foi uma ocasião para evidenciar as feridas antigas, rancores e desprazeres. Existe também a possibilidade de expressar uma aproximação profunda pela Igreja. Por isso era necessário que o papa escrevesse tal mensagem. Falando sobre as primeiras reações, os comentários que ouvi foram muito positivos e levam em consideração as explicações e as reflexões que o papa apresenta. A segunda reflexão que gostaria de faz é que esta relação viva entre a Santa Sé e as Igrejas particulares é o que forma o tecido da vida da Igreja. Existe um diálogo entre o papa e os bispos. O diálogo é a essência de nossa relação", frisou o purpurado.

O sentimento de gratidão foi também expresso pelo episcopado austríaco, reunido nestes dias em assembléia plenária. Numa nota os bispos austríacos sublinharam a atenção pastoral de Bento XVI, que quis explicar as razões que o motivaram a retirar a excomunhão dos bispos lefebvrianos. Também numa nota os bispos da Conferência Episcopal Italiana (CEI) expressaram sua gratidão pelas palavras esclarecedoras do Santo Padre. Os bispos ingleses, por sua vez, sublinharam a humildade do papa expressa no documento, enquanto os bispos belgas apreciaram o espírito de reconciliação que animou o pontífice.

Também os bispos suíços expressaram grande manifestação conforme as palavras do bispo de Lugano, Dom Pier Giacomo Grampa: "Acolhemos esta carta do Santo Padre com profunda emoção também pelo tom de humildade e de fraternidade demonstrado pelo papa. A carta segue um estilo de delicadeza. Desejo que tal estilo possa entrar no governo ordinário da Igreja. Reiteramos ao Santo Padre a nossa solidariedade. Esta sua carta é a prova do quanto foram injustificadas as reações negativas feitas contra a ele, mas isto poderia também representar a redescoberta das dimensões positivas que muitos não conseguem ver neste papa. (MJ)







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