MADAGASCAR: TENTATIVA DE QUEIMAR CASA DE ARCEBISPO
Antanarivo, 13 mar (RV) – “A situação continua tensa e o conflito político
corre o perigo de se degenerar em um conflito religioso. Na noite de quarta-feira,
alguns desconhecidos tentaram atear fogo na residência do arcebispo de Antananarivo,
Dom Odon Marie Arsène Razanakolona. A intervenção das forças de ordem evitou o pior”.
Este é o dramático quadro referido pela Rádio Don Bosco em Madagascar. De fato, o
país há mais de um mês vive uma grave crise política e dezenas de milhares de pessoas
saíram às ruas para pedir a demissão do Presidente Marc Ravalomanana.
As manifestações,
que provocaram dezenas de mortos, tiveram início durante as greves convocadas para
protestar contra a decisão do governo de fechar uma emissora de televisão privada,
pertencente ao líder da oposição e prefeito da capital, Andry Rajoelina. As autoridades
tinham decidido fechar a TV no último mês de dezembro, após a transmissão de um programa
do qual participou o presidente que vive no exílio, Didier Ratsiraka.
O governo
tinha, de fato, julgado o episódio como “uma instigação à desordem civil”. “Enquanto
no plano político não se realizou o esperado encontro entre Ravalomanana e Rajoelina,
evidenciando que são os militares os possuidores de voz, cada vez mais importante”,
o novo Chefe do Estado Maior, general André Andriarijaona, foi colocado no poder
pelos próprios militares e não pelo Presidente, como previsto na lei”.
Entretanto,
se prevê um conflito também dentro das forças armadas e a maior partes das unidades
militares está do lado dos soldados da caserna CAPSAT (Corps d'Administration des
Personnels et Services de l'Armée de Terre), há dias em revolta porque se negam a
disparar contra os civis inermes. Também a gendarmaria está do lado deles, enquanto
o presidente Ravalomanana se encontra cada vez mais isolado, ao ponto dos militares
terem seqüestrado o avião presidencial. (SP)