Monterrey, 09 mar (RV) - A incapacidade ou a negativa dos Estados Unidos em
frear o fluxo de armas "sofisticadas" para o México reforçou o poder dos cartéis da
droga ao enfrentar as autoridades e agravou o nível da violência no México.
Esta
é a opinião emitida pelo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes
de Saúde, cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, ao abordar o problema da violência
na América Latina, no marco do Congresso Mundial de Enfermeiras, em Monterrey, capital
do estado de Nuevo León.
“Infelizmente, temos um grande problema com o tráfico
de drogas e de armas” – disse o cardeal, informado sobre o contínuo movimento de contêineres
repletos de armas sofisticadas na fronteira entre os dois países.
Dom Lozano
acrescentou que “a origem do problema é a forte demanda de estupefacientes nos Estados
Unidos. Enquanto o consumo continuar crescendo, o comércio de drogas e armas não vai
parar. O México se transformou num trampolim para que a droga chegue aos EUA, mas
o problema é a ‘profundidade da piscina’ na qual se consumem as drogas”.
Durante
os dois primeiros anos do Governo do Presidente Felipe Calderón, a Procuradoria Geral
da República seqüestrou aos cartéis de drogas 20.082 armas. Destas, 10.763 são ‘pesadas’,
como fuzis; 1.402 granadas e quase dois milhões de cartuchos e munições. Os arsenais
mais numerosos foram encontrados nos estados de Sonora, Chihuahua, Tamaulipas, Michoacán,
Jalisco, Veracruz e Chiapas.
A guerra de cartéis da droga pelo controle do
mercado deixou 9.300 mortos nos últimos 27 meses, quando o atual governo tomou o poder.
(CM)