ANGELUS: NESTA QUARESMA, SILÊNCIO E ORAÇÃO PARA REVER A PRÓPRIA VIDA
Cidade do Vaticano, 08 mar (RV) - Nas palavras que precederam a oração do Angelus
deste domingo, Bento XVI comentou os Exercícios Espirituais que realizou junto a seus
colaboradores da Cúria Romana, como uma "semana de silêncio e oração".
"A mente
e o coração puderam se dedicar inteiramente a Deus, na escuta da sua Palavra, na meditação
dos mistérios de Cristo" – disse. Feitas as devidas proporções, explicou, foi o que
aconteceu aos apóstolos Pedro, Tiago e João, quando Jesus os levou consigo para o
alto de uma montanha, retirada, e enquanto rezava, ele se "transfigurou": sua face
e sua pessoa apareceram luminosas, resplandecentes.
A Transfiguração de Jesus,
destacou o pontífice, foi substancialmente uma experiência de oração. "A oração, de
fato, alcança o seu ápice quando se torna fonte de luz interior, quando o espírito
do homem adere ao espírito de Deus, e as suas vontades se fundem para formar quase
uma só coisa."
Na montanha, Jesus se imergiu na contemplação do desígnio do
amor do Pai, que o havia enviado ao mundo para salvar a humanidade. Naquele momento,
Jesus viu aparecer diante de si a Cruz, o extremo sacrifício necessário para nos libertar
do domínio do pecado e da morte. E no seu coração, mais uma vez, ele repetiu o seu
"Sim"; então, a voz que saiu de uma nuvem o proclamou "o Filho amado".
"Com
o jejum e as obras da misericórdia, a oração forma a estrutura portante da nossa vida
espiritual" – afirmou.
O Santo Padre então concluiu exortando os fiéis a encontrarem,
nesta Quaresma, momentos prolongados de silêncio, possivelmente de retiro, para rever
a própria vida à luz do desígnio de amor do Pai celeste, guiados por Nossa Senhora,
mestra e modelo de oração. (BF)