União Europeia recusa ajuda em bloco aos novos países e decidem travar escala proteccionista
na Europa.
(2/3/2009) A União Europeia decidiu ontem que não vai canalizar ajudas em bloco aos
novos países membros do Leste e do centro da Europa: Polónia, República Checa,
Hungria, Eslováquia, Bulgária, Estónia, Letónia, Lituânia e Roménia. Em vez disso,
os líderes preferem estender a mão aos países em dificuldade baseando eventuais planos
de apoio numa análise caso a caso. A Alemanha foi a grande opositora da ideia
apresentada pela Hungria, que previa um apoio no valor de 160 mil milhões de euros
para a região. A chanceler Angela Merkel explicou, à saída da reunião, que a Europa
"mostrou até aqui, em particular através do exemplo da Hungria, que ajuda os estados
que precisam" e precisou que as ajudas, se forem necessárias, serão canalizadas através
das instituições internacionais, como o FMI, ou dos meios europeus, como o Banco Europeu
de Investimento. Os países mais recentemente chegados à UE viram ainda negada qualquer
possibilidade de aceleração nos processos de adesão à moeda única. Apesar disto,
a mensagem que mais se ouvia ontem à tarde no final do almoço de trabalho entre os
chefes de Estado e de Governo dos 27 era que a UE reafirmava a solidariedade e a unidade
europeias. De Bruxelas sai a ideia de que os 27 estão apostados em renegar as
derivas proteccionistas, lendo-se no comunicado de imprensa da presidência checa que
a UE deve "tirar o máximo partido do Mercado Único como motor de relançamento para
apoiar o crescimento e o emprego". No capítulo do nacionalismo económico, receado
acima de tudo pelos países do Centro e Leste da UE, Durão Barroso sublinhou que a
reunião mostrou "convergência contra o proteccionismo" e serviu "precisamente para
dissipar dúvidas no espírito de alguns". Para o Conselho da Primavera ficará a
avaliação pormenorizada do plano de relançamento da economia, ao nível nacional e
o seu impacto na UE como um todo. A posição europeia no G20 de Londres, a 2 de Abril,
deverá também sair do encontro formal de 19 e 20 deste mês.