BENTO XVI NO ANGELUS: DIANTE DA CRISE ECONÔMICA, PRIORIDADE AOS TRABALHADORES
E ÀS SUAS FAMÍLIAS
Cidade do Vaticano, 1° mar (RV) - Ao meio-dia de hoje, o Santo Padre assomou
à janela de seus aposentos – que dá para a Praça São Pedro – para a oração do Angelus
deste I Domingo da Quaresma. Milhares de fiéis, peregrinos e turistas participaram,
numa Praça São Pedro banhada pelo sereno desta manhã, da oração mariana.
Na
oração dominical, o papa lançou um apelo em favor dos operários da Fiat da localidade
italiana de Pomigliano d'Arco, presentes na praça para "manifestar a sua preocupação
com o futuro da fábrica e de milhares de pessoas que, direta ou indiretamente, dependem
dela para trabalhar".
O pontífice recordou também outras situações igualmente
difíceis vividas por todos os trabalhadores atingidos, no mundo inteiro, pela atual
crise econômica.
"Associo-me aos bispos e às respectivas Igrejas locais
ao expressar proximidade às famílias atingidas pela crise, e confio todas elas na
oração à proteção de Maria Santíssima e de São José, patrono dos trabalhadores. Desejo
expressar o meu encorajamento às autoridades políticas e civis, bem como aos empresários,
a fim de que com a cooperação de todos se possa fazer frente a esse delicado momento.
De fato, é preciso um comum e forte compromisso, recordando que a prioridade deve
ser dada aos trabalhadores e às suas famílias."
Recordando o Evangelho
do I Domingo da Quaresma – que apresenta Jesus no deserto tentado por satanás e servido
pelos anjos – Bento XVI convidou a redescobrir o sentido do jejum que "nos ajuda a
um maior domínio de nós mesmos. O pontífice exortou a romper com o pecado, a amar
mais o próximo, e a fazer a vontade de Deus com mais prontidão.
De fato, a
exortação de Bento XVI foi a de "romper com o pecado", e a mudar radicalmente a vida",
combatendo contra toda forma de tentação e colocando a nossa confiança na misericórdia
divina. Nessa luta – exortou – invoquemos a ajuda dos anjos.
O papa deteve-se
sobre o significado da permanência de Jesus no deserto, tentado por satanás:
"No
deserto, lugar da provação, como vemos na experiência do povo de Israel, se mostra
com grande dramaticidade a realidade da Kenosi, do aniquilamento de Cristo, que se
despojou da forma de Deus (cfr Fil 2, 6-7). Ele, que não pecou e não pode pecar, se
submete à provação e, por isso, pode sofrer a nossa enfermidade (cfr Hb 4, 15). Deixa-se
tentar por satanás, o adversário, que desde o princípio se opôs ao desígnio de Deus
em favor dos homens."
Em seguida, o papa ressaltou que no deserto Jesus
se serviu dos anjos, "figuras luminosas e misteriosas". A presença asseguradora do
anjo do Senhor acompanha o povo de Israel em todas as suas vicissitudes boas e ruins"
– recordou o pontífice:
"Caros irmãos e irmãs, tiraríamos uma parte notável
do Evangelho se deixássemos de lado esses seres enviados por Deus, os quais anunciam
a sua presença entre nós, e disso são um sinal. Invoquemos sempre os anjos, para que
nos ajudem no compromisso de seguir Jesus até nos identificarmos com Ele. Pedimos
a eles, em particular hoje, que vele sobre mim e sobre os colaboradores da Cúria Romana,
que esta tarde, como todos os anos, iniciaremos a semana de Exercícios espirituais.
Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós!"
Nas saudações, em várias línguas,
aos diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes, o pontífice disse em espanhol:
"Na
mensagem da Quaresma deste ano, eu quis ressaltar o valor e o sentido do jejum. A
privação voluntária de algo que por si é lícito nos ajuda a um maior domínio de nós
mesmos, a combater o pecado, a amar mais o próximo, a fazer a vontade de Deus com
maior prontidão. Que a Santíssima Virgem nos alcance a graça de viver com proveito
este tempo de preparação para a Páscoa. Feliz domingo."
O Santo Padre concedeu
a todos a sua Bênção apostólica. (RL)