DIREITOS HUMANOS SÃO BASE DO DIÁLOGO ISLAMICO-CATÓLICO
Roma, 28 fev (RV) - O diálogo inter-religioso entre o catolicismo e o Islã
deve se basear no confronto, usando uma linguagem comum, sobre os direitos do homem,
e não na criação de uma frente contra os leigos e ateus.
Esta é a opinião
de um dos maiores especialistas católicos sobre islamismo, o jesuíta Samir Khalil
Samir, professor da Universidade São José, em Beirute. Em uma palestra conferida no
Pontifício Instituto Oriental, o religioso afirmou que existe uma grande continuidade,
também sobre este ponto de vista, entre os papas João Paulo II e Bento XVI.
De
modo particular, o primeiro ítem desta sintonia é a afirmação contínua de que o diálogo
deve ser de caridade e de verdade; ou seja: pleno respeito dos próximos e de si mesmos.
O segundo ponto é que “esta não é a época de questões dogmáticas, mas de direitos
humanos”, único campo no qual pode se realizar um confronto profícuo, um projeto universal.
E naturalmente, deve-se excluir por inteiro a hipótese de uma “aliança islâmico-cristã”
contra os elementos leigos das respectivas sociedades.
Esclarecendo, o jesuíta
recordou o encontro entre católicos e muçulmanos, em novembro passado, no Vaticano,
do qual participou. “Naquela ocasião, os católicos fizeram do respeito dos direitos
humanos uma questão saliente das conversações. Esta postura foi compreendida após
uma inicial perplexidade dos muçulmanos, que preferiam concentrar o diálogo em temas
puramente teológicos”. (CM)