Pequim reforça medidas de segurança no Tibete e interdita o território a estrangeiros
(27/2/2009) As autoridades de Pequim reforçaram as medidas de segurança nas principais
cidades do Tibete e interditaram o território a estrangeiros, à medida que se aproximam
os aniversários dos protestos antichineses de 2008, da revolta de 1959 e posterior
fuga para a Índia do líder espiritual, o Dalai Lama.
Numa mensagem divulgada
na véspera do Ano Novo tibetano, que se celebrou nesta quarta feira, o Dalai Lama
advertiu para o recrudescimento da repressão no território, e referia ainda que "restrições
especiais estão a ser aplicadas aos mosteiros e foi interdita a entrada de estrangeiros".
A
10 de Março assinala-se o 50.º aniversário da revolta contra a ocupação militar chinesa,
que acabou por ditar a fuga do Dalai Lama; quatro dias mais tarde passa o primeiro
aniversário das manifestações anti-chinesas do ano passado em Lassa e noutras cidades
tibetanas, que provocaram mais de 200 mortos.
As agências de viagem e os hotéis
confirmaram as informações do Dalai Lama, explicando terem recebido indicações para
não aceitarem reservas de estrangeiros até ao início de Abril.
Na sua mensagem,
o Dalai Lama avisa para um nível de repressão, de "crueldade e provocações que forcem
os tibetanos a manifestarem-se". Estas manifestações, para o líder tibetano, seriam
o pretexto "para as autoridades [chinesas] se permitirem uma repressão sem precedentes".
Por isso, recomenda ao "povo tibetano a máxima paciência".
Por seu lado, o
Governo chinês assegura que a situação está tranquila no território, que ocupa desde
1950. Pequim anunciou uma série de iniciativas para comemorar a data da fuga do Dalai
Lama, que, na perspectiva chinesa, corresponde ao início da "aplicação das reformas
democráticas".