CATÓLICOS E MUÇULMANOS: ENSINO E ORAÇÃO, BASE DA CULTURA DA PAZ
Cidade do Vaticano, 27 fev (RV) - “Os líderes religiosos, principalmente os
muçulmanos e os cristãos, têm o dever de promover a cultura da paz em suas comunidades,
através, por exemplo, do ensino e da oração”. Este é um dos pontos mais salientes
da Declaração do Comitê Conjunto para o Diálogo Inter-religioso, que encerrou ontem
seu encontro de dois dias, em Roma. Os dois grupos se encontram uma vez por ano, e
desta vez, o tema da reunião foi “Promoção de uma pedagogia e de uma cultura de paz,
com especial referência ao papel das religiões”.
O documento é assinado pelo
xeque Ali Abd a-Baqi Shahata, líder da delegação da Universidade islâmica de al-Azhar,
no Cairo, e pelo Cardeal Jean Louis Tauran, Presidente do Pontifício Conselho para
o Diálogo Inter-religioso, que chefiou a delegação católica. O texto clama por uma
cultura de paz que permeie todos os aspectos da vida, inclusive a educação e o ensino.
Citando os livros didáticos, os participantes alegam que devem ser revistos. Apresentando
equivocadamente os dogmas, a moral ou a história de algumas religiões, corre-se o
risco de ofender alguma crença religiosa.
Para o Comitê, a mídia desempenha
papel prioritário na promoção de relações positivas e respeitosas entre fiéis de religiões
diferentes; e é preciso prestar atenção particular à defesa da dignidade do ser humano
e de seus direitos, sobretudo no que se refere à liberdade de consciência e religião.
Enfim, muçulmanos e católicos estão concordes em relação à defesa dos jovens
do fanatismo e da violência, e conscientes do sofrimento da população do Oriente Médio
por causa de conflitos não-resolvidos. Enfim, os participantes pedem aos políticos
que, dialogando, recorram às regras do direito internacional. (CM)