2009-02-27 18:43:20

CARDEAL KASPER: A SITUAÇÃO DA IGREJA ORTODOXA NA REPÚBLICA TCHECA E NA ESLOVÁQUIA


Cidade do Vaticano, 27 fev (RV) - Teve início, nesta quinta-feira, a visita ao Vaticano do metropolitano ortodoxo das Terras Tchecas e da Eslováquia, Sua Beatitude Kryštof. Para amanhã, sábado, está programado um encontro com o papa. Para nos falar sobre essa visita e sobre a situação dessa Igreja Ortodoxa, a Rádio Vaticano entrevistou o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper. Eis o que nos disse o purpurado:

Cardeal Walter Kasper:- "Trata-se de uma Igreja jovem e é uma Igreja num país pós-comunista com todos os problemas da transição. Por isso, temos a satisfação de encontrar o arcebispo Kryštof e estamos felizes pelo fato de ele vir visitar o Santo Padre. Até então, não tivemos grandes contatos com ele e por isso é um bom sinal o fato de podermos começar a estabelecer relações com essa jovem, pequena Igreja que vive num país já ocidentalizado. O metropolita é uma personalidade muito aberta e creio que não será difícil instaurar boas relações com ele. Ele é benvindo a Roma!"

P. A Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa viveram uma história comum de sofrimento e de martírio sob o longo regime comunista, e, no entanto, ainda existem contrastes em relação às propriedades eclesiásticas...

Cardeal Walter Kasper:- "Na realidade, o contraste sobre propriedades da Igreja é ainda atual em todos esses países, não somente na República Tcheca e na Eslováquia. Infelizmente, essa é a herança do comunismo, e é muito mais espinhosa do que se possa imaginar; e é também herança da questão hussita (referente à doutrina do reformista tcheco Jan Huss 1369 -1415, ndr), que está sempre presente. Eis o motivo pelo qual a Igreja ali não tem vida fácil. Ademais, a Igreja cristã, na República Tcheca, é muito secularizada, a mentalidade é parecida à que temos na Alemanha Oriental, com uma secularização muito avançada e a perda da dimensão de Deus. Portanto, a Igreja na República Tcheca vive – como eu disse – num contexto ocidentalizado, mas se trata sempre de um Estado ex-comunista no qual houve uma forte perseguição. Todavia, existem também razões de esperança porque o sangue dos mártires deu vida a novos cristãos. Creio que os muitos mártires que o Leste e Oeste da Europa tiveram em comum no século há pouco concluído são razão de esperança para nós e para este Séc. XXI." (RL)







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